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Eleições 2020

Covas: quem é o segundo prefeito a conquistar a reeleição em São Paulo

Eleito vice-prefeito na chapa de João Doria, em 2016, prefeito reeleito neste domingo (29) está à frente da maior cidade do país há dois anos 

Eleições 2020|Do R7, com informações da Agência Estado

Bruno Covas (PSDB)
Bruno Covas (PSDB)

Bruno Covas (PSDB) repetiu nas Eleições Municipais deste domingo (29) o feito inédito de Gilberto Kassab (PSD) e se tornou o segundo prefeito a conquistar a reeleição na história da capital paulista.

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Com a vitrine do combate à pandemia, Covas contou com o apoio do governador João Doria (PSDB), mas manteve o aliado, com rejeição significativa na capital, sob discrição desde a pré-campanha. Embarcaram no voo tucano candidatos derrotados no primeiro turno, como Celso Russomanno (Republicanos) e Joice Hasselmann (PT).

Histórico

Bruno Covas nasceu em Santos, no litoral paulista, tem 40 anos, é divorciado e pai de Tomás, de 15 anos. Neto do ex-governador de São Paulo Mário Covas, o candidato à reeleição nas eleições 2020 pertence a uma família que está na política há décadas.


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Economista formado pela PUC e advogado pela USP, Covas já foi também deputado estadual e federal, secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo (2011-2014) e presidente da Juventude do PSDB.

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Porém, desde outubro de 2019, Bruno Covas luta contra o câncer na cárdia, transição entre estômago e esôfago, com metástase no fígado. Ele já fez oito sessões de quimioterapia e agora dá continuidade ao tratamento por meio de imunoterapia.

O tucano é prefeito de São Paulo desde 2018. Eleito como vice-prefeito na chapa de João Doria, em 2016, Bruno Covas está à frente da maior cidade do país desde que Doria venceu as eleições para o governo do estado, há dois anos.


Mudança de rumo

A ideia original do PSDB no dia 15 de novembro, data do primeiro turno das eleições municipais, era que Bruno Covas participasse de uma entrevista coletiva apenas com jornalistas depois de anunciado o resultado da primeira etapa. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o comando da campanha pretendia, com isso, apenas cumprir o ritual para as câmeras, em vez de fazer uma grande festa, como reza a tradição tucana.

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Mas com as pesquisas de boca de urna apontado um crescimento de Guilherme Boulos (PSOL) acima do esperado, os tucanos mudaram de ideia, e o presidente do partido da capital, Fernando Alfredo, fez uma convocação de última hora para a “militância” comparecer ao diretório.

Diante da perspectiva de um segundo turno contra Boulos, de fato concretizada, o PSDB estabeleceu a mobilização de rua como prioridade para conter eventual nova onda da esquerda na capital paulista.

Estratégia

Do ponto de vista estratégico, as linhas gerais da narrativa da campanha de Covas no segundo turno foram definidas ainda durante a apuração, no apartamento do coordenador do grupo, Wilson Pedroso. Covas foi obrigado a sair de sua zona de conforto para enfrentar uma aliança combativa de esquerda. A ideia de colar a pecha de radical e extremista em Boulos foi o caminho escolhido para apresentar Covas como um nome moderado, agregador e “de centro”.

Bruno Covas vota no segundo turno
Bruno Covas vota no segundo turno

“A estratégia deles foi alimentar a polarização. A postura do PSOL nas redes sociais não foi diferente da que eles criticam no bolsonarismo”, disse o publicitário Felipe Soutello, coordenador de comunicação da campanha tucana. “Bruno entrou com 26 representações judiciais e direitos de resposta e teve 14 favoráveis. Boulos entrou com 20 e perdeu todas.”

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Para fazer frente à estratégia do PSOL de dar protagonismo a ex-prefeita Luiza Erundina, candidata a vice de Boulos, a campanha de Covas escalou a também ex-prefeita petista Marta Suplicy, que ganhou até um carro adaptado para fazer campanha na periferia sem correr o risco de ser contaminada pelo coronavírus. “Marta representa simbolicamente que nossa candidatura está no campo progressista”, disse Pedroso. Antes da campanha, Marta tentou ser vice do tucano, mas as negociações não avançaram.

Campanha na reta final

Em tempos de pandemia e exaltação às estratégias digitais, Covas adotou uma campanha à moda antiga. Aqueceu a atuação presencial nos 56 diretórios zonais do partido, fez carreatas e caminhadas com até 1.800 pessoas. Apesar do desgaste provocado pelas imagens de aglomeração, a ideia foi mostrar volume para fazer frente ao crescimento de Boulos nas pesquisas. Nas agendas, Covas fez uma campanha formatada para as redes de TV, com caminhadas tão rápidas que, em alguns bairros, não chegavam a completar um quarteirão - menos de 15 minutos.

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Um dos temas que perseguiram Covas no segundo turno foi a decisão do governo estadual de adiar para o dia 30, seguinte ao segundo turno, o anúncio de possível mudança de fase no Plano SP que pode endurecer as regras da quarentena. O candidato do PSDB se esforçou para minimizar os riscos de uma segunda onda.

“Não vamos fazer discurso alarmista em véspera eleitoral, superestimando esses dados. Também não vamos fazer discurso de que a pandemia acabou. A gente continua a enfrentar esse desafio”, repetiu.

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A campanha de Boulos também atacou o candidato a vice de Covas, o vereador Ricardo Nunes (MDB). O discurso adotado foi o de que Nunes não foi condenado a nada. O prefeito chegou a perder a paciência ao falar sobre isso em uma entrevista.

Em tratamento contra um câncer no trato digestivo, Covas teve de fazer sessão de imunoterapia em plena reta final da campanha. “Deu tudo certo e estou liberado”, disse ele na quarta-feira. No mesmo dia, anunciou que vai pagar o auxílio emergencial municipal de R$ 100 no início de dezembro, em parcela única, via contas dos beneficiários - não sem antes ressaltar que o projeto aprovado pela Câmara Municipal, foi uma iniciativa do vereador petista Eduardo Suplicy.

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