França prega voto útil da esquerda no 1° turno da eleição em SP
Boulos e demais candidatos de esquerda fizeram uma espécie de pacto de não agressão na campanha e tentam colar em França selo de "bolsonarista"
Eleições 2020|Do R7
Candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador Márcio França sinalizou uma mudança de estratégia e se colocou nesta segunda-feira (12) como opção de voto útil do campo da esquerda na disputa.
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"Lá na frente todo mundo acaba se juntando pela circunstância no voto mais útil da esquerda. Os outros candidatos do campo da esquerda têm mais dificuldade de vencer no 2° turno. As pessoas vão naquele que tem mais chance", disse França aos jornalistas após participar de uma missa pela manhã no Santuário Nossa Senhora de Fátima, na zona oeste da cidade.
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Boulos e os demais candidatos de esquerda - Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PCdoB) - fizeram uma espécie de pacto de não agressão na campanha e tentam colar em França o selo de "bolsonarista".
Ainda na pré-campanha, o ex-governador do PSB deu munição para esse discurso ao participar de um evento com o presidente Jair Bolsonaro em São Vicente, no litoral paulista, base eleitoral de França. Ao contrário de Boulos, Tatto e Silva, França vinha evitando fazer críticas contundentes ao Palácio do Planalto e centrou sua artilharia no governador João Doria (PSDB), adversário político do presidente da República.
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"Nesse corte tradicional, sou do campo da esquerda. Minha posição histórica sempre foi de centro para esquerda", disse França após o evento desta segunda-feira. "O Doria disse que eu era lulista. Hoje alguns dizem que fui bolsonarista. A verdade é que não tenho 'rabo preso' com ninguém."
Ao analisar o cenário, o ex-governador disse que essa eleição é muito parecida com a governador em 2018. "Só que o Bruno (Covas) faz o papel do Doria, o (Celso) Russomanno do (Paulo) Skaf, eu o meu e nesse instante o (Guilherme) Boulos faz o papel do PT. Foi assim na última eleição. Fui subindo devagar e nos últimos dias passei o segundo colocado e fui para o 2° turno muito levado por aquela pessoa que gostaria que os dois campos estivesse no 2° turno".
França ponderou, porém, que "esse assunto" de esquerda é muito falado no ambiente acadêmico, mas a população mesmo quer saber se a escola vai funcionar. "Essa é uma discussão acadêmica de um campo mais politizado", afirmou.
Sobre o desempenho dos adversários deste campo, o ex-governador disse acreditar que Tatto vai crescer e lembrou que na última eleição o candidato a governador do PT, Luiz Marinho, teve 16% dos votos no primeiro turno. "Não é uma votação desprezível. O PT tem potencial. Em 2018 a somatória do PT e PSOL foi 19%. Vamos ter uma divisão de quatro pedaços. A partir da TV é que a coisa começa a esquentar. A TV está produzindo o resultado que a gente imaginou."
Camaleão
Candidato do PCdoB à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Orlando Silva chamou França de "camaleão". "É bom tomar cuidado com 'candidato camaleão', que está louco pra chegar no segundo turno para abraçar Bolsonaro", disse Silva à reportagem.
Ainda segundo o candidato. quando a eleição tem dois turnos, voto útil no primeiro turno é no candidato que você considera melhor. "E se ele não for ao segundo turno, vota por exclusão", concluiu.