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Eleições 2020

SP: Covas (PSDB) e Boulos (PSOL) se enfrentam no 1º debate do 2º turno

Entre temas estiveram gestão do lixo, reforma tributária e habitação. Covas citou 'radicalismo ideológico' e Boulos relação do concorrente com Doria

Eleições 2020|Do R7

Boulos (PSOL) e Covas (PSDB), candidatos à prefeitura de São Paulo
Boulos (PSOL) e Covas (PSDB), candidatos à prefeitura de São Paulo

O primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo que foram para o segundo turno, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) aconteceu na noite desta segunda-feira (16). 

Confira a cobertura completa das Eleições Municipais 2020

Covas e Boulos estiveram frente a frente, em evento organizado pela CNN Brasil, menos de 24 horas depois de conhecerem os resultados oficiais do primeiro turno. Na votação deste domingo (15), o candidato tucano recebeu 32,85% dos votos válidos na capital paulista, enquanto o psolista teve 20,24%.

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Ao longo do debate Covas se referiu frequentemente a “radicalismo ideológico”, como referência ao concorrente, e à falta de experiência em gestão de Boulos. Boulos por sua vez, afirmou que seu adversário pretende conquistar o eleitorado conservador e relacionou Covas constantemente ao ex-prefeito de São Paulo e hoje governador João Doria, de quem ele foi vice.

Pandemia

O primeiro debate entre os candidatos começou falando sobre a forma como a prefeitura deve tratar a pandemia do novo coronavírus. Boulos destacou o alto número de casos e mortes na capital paulista, e disse que é necessário ter o modelo de outros países na atuação de combate ao vírus.


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Por sua vez, Covas disse que o pior já passou, que que a cidade de São Paulo conseguiu atender a todas pessoas que precisaram de tratamento para o coronavírus. O atual prefeito disse ainda que a gestão sempre priorizou a ciência para adotar medidas, e refutou possíveis guerras de favoráveis e contrários à vacina.


Apoios

Também foi levado ao debate a questão dos apoios que cada um dos candidatos recebem, mencionando que o ex-presidente Lula estaria ao lado de Boulos, enquanto o governador de São Paulo, João Doria, é o apoiador de Covas. 

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O candidato do PSOL disse achar importante deixar claro o apoio que cada candidato tem, enquanto o atual prefeito afirmou que a concorrência pela prefeitura de São Paulo não pode dar espaço para uma possível disputa entre padrinhos políticos.

PPPs

No segundo bloco, candidatos fizeram perguntas um ao outro. O primeiro a perguntar foi Covas, que questionou se Boulos, crítico de PPPs (Parcerias Público-Privadas), manteria o projeto de PPS da iluminação pública na cidade, uma das ações da prefeitura contra a criminalidade. Boulos considera que, por envolverem empresas privadas, PPPs visam o lucro e não o fornecimento de serviços à população de baixa renda. Na visão de Boulos, o que atrai investimento privado é demanda aquecida e pessoas com poder de compra. Ele disse que vai possibilitar isso com programas de incentivo à geração de renda.

Moradores de rua

Boulos questionou a falta de abertura de vagas para pessoas em situações de rua em hotéis da capital durante a pandemia. Covas, em resposta, disse que abriu vagas em abrigos e transformou clubes fechados em novos abrigos para receber a população em situação de rua. Boulos prometeu substituir albergues - que, na visão dele, não são humanizados - por casas solidárias, com assistentes sociais e psicólogos.

Saúde

Questionado sobre como vai lidar com o aumento da demanda da saúde por conta da crise do novo coronavírus, Boulos disse que vai reabrir os hospitais que estão fechados na cidade e que deveriam ter sido reabertos durante a pandemia. Prometeu fazer contratação emergencial de médicos para atuar nas periferias e abrir UBSs em à noite e aos finais sde semana

Covas disse que política “não se faz com discurso bonito, mas com gestão e organização” e lembrou de contrato assinado com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para concluir obras de hospitais que estavam fechados como os da Brasilândia e o de Parelheiros, e de hospitais privados como o Guarapiranga e o Sorocabano.

Cracolândia

Questionado sobre ações da GCM na Cracolândia, Covas afirmou que o fluxo naquela região é um desafio a ser enfrentado com ações de médio e longo prazo. O atual prefeito afirmou que na região havia quadras em que nem mesmo era possível fazer a limpeza. A “solução é multidisciplinar, passando pela assistência, saúde e combate ao crime organizado”, disse Covas.

Boulos prometeu investir em Capes Móvel e se inspirar em iniciativas internacionais de sucesso, como a de Portugal, em que se trabalha com redução de danos. Disse que investirá em acolhimento e no resgate das pessoas que ocupam a região para a familia e para a sociedade evitando aprofundar sua exclusão. Para Boulos, o tráfico na região é de competência da inteligência da Polícia Civil.

Reforma tributária

Covas perguntou sobre reforma tributária que está sendo discutida no Congresso Nacional que, segundo ele, vai retirar recursos da cidade de São Paulo, se for mantida como está. Boulos disse que há concentração de recursos na União e de responsabilidade nos municípios e estados e apontou desproporção no sistema. Boulos disse que vai liderar um movimento de prefeitos e fazer o debate com a Câmara dos Deputados para que a reforma não seja aprovada nos termos atuais. Covas apontou o problema do aumento da carga tributária especialmente sobre o setor de serviços. Se for aprovada como está, a reforma retira R$ 10 bilhões da capital paulista. Boulos propôs a digitalização do sistema de cobrança dos grandes devedores da dívida ativa em São Paulo, por meio do qual, segundo ele, será possivel arrecadar RS 10 bilhões nos próximos quatro anos.

Gestão do lixo

Questionado sobre a gestão do lixo em São Paulo, Covas disse no próximo ano haverá discussão do contrato de concessão na gestão de lixo e que é triste comemorar que não há mais lixão a céu aberto, já que os aterros são ultrapassados. Covas disse que é preciso cobrar que empresas cumpram seu papel na logística reversa. Lembrou ainda que expandiu uma iniciativa da gestão anterior e fez com que 60% das feiras em São Paulo se transformassem em eventos lixo zero.

Boulos disse que vai se inspirar no sistema de Barcelona, com coleta seletiva de reciclagem próxima de 100% do lixo e compostagem do lixo orgânico e pretende fazer isso em parceria com cooperativas de catadores. Também pretende expandir a coletiva seletiva porta a porta.

Geração de emprego e renda

Covas disse que geração de emprego e renda é um grande desafio com o qual a prefeitura pode e deve contribuir. Entre as iniciativas, afirmou que é possível ampliar a inclusão a partir de cursos de qualificação profissional. Para Covas, a prefeitura precisa manter o ritmo de investimento e estimular o setor da construção civil. A economia criativa também é um grande gerador de emprego e renda, disse Covas, em especial para o jovem. É possível fazer isso com a criação de áreas de coworking na periferia, por exemplo.

Para Boulos, não basta gerar emprego, mas descentralizar a gestão do emprego no território da cidade, promovendo uma cidade “policêntrica”, inclusive por conta dos problemas de trânsito e transporte. Boulos promete estimular economia solidária e local, estimulando por exemplo que as escolas consumam alimento orgânico produzidos na região. Os uniformes das escolas, disse ele, podem ser produzido por cooperativas locais de costureiras. Boulos prometeu criar centros de oportunidades para promover aulas de idioma e fomentar o empreendedorismo periférico, especialmente entre jovens.

Confira os principais vídeos sobre as Eleições Municipais 2020:

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