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R7 Entrevista

Chico Pedrotti comemora sucesso na transmissão digital do Paulistão: ‘Ter a confiança da emissora para ser a voz do R7.com e PlayPlus me motiva muito’

Narrador relembrou o começo de carreira no Desimpedidos e destacou a influência do avô em sua paixão pelo futebol

Entrevista|André Borges*, do R7


O esporte aproxima amigos e familiares, constrói memórias e desenvolve paixões. Com a voz do Paulistão 2025 no R7.com e PlayPlus, o narrador Chico Pedrotti, do Desimpedidos, não foi diferente e ele herdou o amor pelo futebol de seu avô Wilson.

Antes de entrar para o mundo da bola, Chico cursou teatro e fez alguns trabalhos como ator. Porém, por questões financeiras, decidiu fazer publicidade. Quando cursava a faculdade, ele conheceu o canal do Desimpedidos e iniciou sua trajetória com esporte. Chico confidenciou que na época em que fez teste para o canal, estava há um bom tempo sem acompanhar futebol, pelo falecimento do seu avô. E mesmo errando muitas questões no teste do processo seletivo, ele insistiu para compor a vaga.

Ao R7 Entrevista, ele deu detalhes sobre a sua jornada até se tornar narrador, que começou por acaso, mas acabou se tornando uma grande realização profissional. Chico também contou sobre a criação de bordões e suas principais referências na área. “Me apaixonei pela narração mesmo sem entender nada”, revela.

No bate-papo exclusivo, a voz do Paulistão contou como se prepara para os jogos e a relação com o público mais novo, que o acompanha desde o começo da sua carreira no YouTube. “A relação com a molecada mais jovem é o grande combustível da minha vida e da minha carreira”.


Confira a seguir!

R7 Entrevista: Como foi a trajetória de quase 10 anos no canal do Desimpedidos até chegar a narrador da transmissão digital do Paulistão 2025 pelo R7.com e PlayPlus?


Chico Pedrotti Fiquei sabendo de uma vaga [de estágio] no Desimpedidos, mas eu não conhecia o canal e estava distante do futebol porque fiquei focado no teatro e também pelo falecimento do meu avô, Wilson, acabei me afastando. No teste para a vaga de estágio, fiz uma prova e errei a maioria das questões. O pessoal chegou a falar que não teria como eu trabalhar lá. Mas, pedi insistentemente uma oportunidade e eles então falaram para eu fazer um mês de experiência como estagiário. Eu fiz, gostaram e, em fevereiro de 2016, comecei no canal.

Depois de seis meses [como estagiário], aparecia em um programa ou outro, na época eu fazia os materiais para levar para o estúdio. Então, os apresentadores na época, o Fred e o Bolívia, usavam muito da galera do elenco. E eu, por conta do teatro, conseguia trocar ali com o pessoal. Fui aparecendo de pouquinho em pouquinho, até que surgiu uma oportunidade de uma viagem para Barcelona, na Espanha, para entrevistar o Neymar quando ele jogava pelo Barcelona. Viajei, falei com o Neymar, assisti ao jogo, conheci o Centro de Treinamento e fiz um rolê na cidade.


Quando voltei para o Brasil, recebi a proposta para ser terceiro apresentador do Desimpedidos. A minha carreira começou a rolar de vez e passo a apresentar diversos quadros no canal. Precisei narrar um jogo da Supercopa Desimpedidos e quando isso aconteceu, me apaixonei pela narração, mesmo sem entender nada.

Depois disso, narrei mais três jogos por uma plataforma digital, me apaixonei ainda mais e resolvi trabalhar de vez, ficar focado nesse lado. Até digo que eu encontro o meu teatro dentro do futebol, por ser um contador de histórias dentro do esporte.


R7 Entrevista: E quando nasceu essa paixão pelo futebol?

Chico Pedrotti O meu avô era um grande apaixonado por futebol e consumidor do esporte. Fora os jogos do time dele, ele também assistia a todos os campeonatos possíveis e tudo que estava rolando. Quando eu ia para a casa dele, esse era sempre o assunto, falando sobre o que estava acontecendo no futebol e tudo mais. Quando tinha jogo do nosso time, ele sempre me ligava. Por exemplo, o time fazia gol, me ligava, independente de onde eu estava, só para saber se eu estava assistindo. E era um dos grandes assuntos que eu tinha com ele.

Era o futebol usado como um assunto para a gente compartilhar experiências, dividir momentos. E aí, após ele falecer, eu perco esse caminho, o interesse muda e o foco vira outro. Depois de muito tempo de teatro, retorno ao futebol de maneira natural, como uma situação da vida. Às vezes, pensativo e com muita saudade, porque eu gostaria que o meu avô tivesse visto eu vivendo isso.

R7 Entrevista: Mas a narração chegou de repente...

Chico Pedrotti No início não era um objetivo da minha vida, mas quando a oportunidade apareceu e veio como uma demanda, tive que fazer. Não foi algo que partiu de mim. Tive a oportunidade de narrar a Copa do Mundo em 2022, o Campeonato Paulista, também fui uma das vozes do Campeonato Brasileiro Série B, Bundesliga, Campeonato Saudita e, agora, com a oportunidade de narrar novamente o Paulistão.

R7 Entrevista: Quem foram as suas inspirações para a narração?

Chico Pedrotti A primeira referência é o Galvão Bueno. Ele transcende a questão do esporte, não é um cara só do futebol. As expressões dele e seus bordões estão dispostos aí na sociedade, como argumentação e expressão. Então, em muitos locais você pode ver em uma mesa de bar, no restaurante, família reunida utilizando as expressões do Galvão como uso cotidiano, para descrever algumas situações que acontecem. Ele traz muito também esse lado plástico, emocionante, que é artístico, e faz essa dosagem muito bem. É algo que me encanta muito.

Também acho o André Henning espetacular, muito por ele ser um narrador de enredo e de emoção. Já tive oportunidade de ter trocas com ele várias vezes e sempre foi muito aberto e muito bacana comigo, me dando conselhos e dicas.

E se eu for colocar uma referência de rádio, foi um narrador que passou pela RECORD também durante um bom tempo, é o Éder Luiz. Ele tem uma voz forte, com criação de enredo, potência vocal e uma capacidade emocional absurda.


R7 Entrevista: Você faz alguma preparação especial antes de cada partida? Tem algum cuidado diferente com a voz?

Chico Pedrotti É uma atividade dupla, tem a questão do lado cognitivo, ou seja, da informação, mas também é preciso estar bem fisicamente. Eu emagreci 50 kg. Não praticava atividade física, tinha uma alimentação desregulada, não era balanceada... E isso acabou depois do emagrecimento. Então, do lado físico, [trabalho] principalmente, a prática de exercícios e uma alimentação saudável, sem exageros, sobretudo nos dias de transmissão, porque estar com o estômago cheio é algo que você pode ter refluxo e atrapalhar a tua voz. Procuro comer de maneira saudável e tranquila em dias de jogos e também sigo com a prática de exercícios diária.

No preparo para os jogos, buscamos muitas informações para estar com tudo muito bem estudado. Os 90 minutos nada mais são do que um improviso, só que com responsabilidade e informação.

R7 Entrevista: Quais as maiores dificuldades ao narrar um jogo?

Chico Pedrotti Isso varia de jogo para jogo. Tem partida que você acaba não tendo dificuldade nenhuma de narrar, porque é tão movimentado e interessante que você age só como uma engrenagem para cumprir os 90 minutos. Você não precisa, às vezes, nem colocar nada, pois o cenário já está pronto.

E tem dia que tem aquele tipo de jogo que não acontece nada, é uma partida que tem que usar de outros artifícios, como levar mais para um bate-papo, um jogo mais informativo, onde você divide mais com o telespectador.

Talvez, a grande dificuldade, e isso você só vai ter com a prática e com a repetição de narrar as partidas é ter esse ‘feeling’ para saber o que você deve fazer durante o confronto.


R7 Entrevista: Há quase 10 anos no Desimpedidos, você sempre atraiu o público mais jovem. Como é essa relação com uma geração bem antenada?

Chico Pedrotti A relação com a molecada mais jovem é o grande combustível da minha vida e da minha carreira, e agora já não estão mais tão novos, o público cresceu. Tínhamos o privilégio de ter todas as faixas etárias nos assistindo, desde crianças até esse público jovem, de adolescentes, como também pais, até senhores e senhoras que a gente encontrava na rua e falava que nos assistia. Quem nos acompanhar pelo R7.com e PlayPlus, poderá ter certeza que, independente da idade, vão se divertir com essa linguagem, porque ela continua sendo um método para atrair todos os públicos.


R7 Entrevista: Qual a importância do humor na transmissão dos jogos de futebol?

Chico Pedrotti O futebol é entretenimento, então a questão do humor é algo que tem que estar presente. A gente assiste e gosta do esporte, trabalha com isso porque é algo divertido e prazeroso, e o humor acaba levando a essa leveza necessária. Quando você utiliza do bom humor, é interessante saber a dosagem que vai fazer naquele momento, porque em algumas situações é mais interessante manter um modo mais tradicional.

O futebol reflete muito da nossa sociedade, mas também é um alívio para o dia a dia daquela pessoa que, às vezes, quer esquecer do que está acontecendo [problemas], então, tem que ser leve e prazeroso.


R7 Entrevista: Em algumas entrevistas, você falou que era tímido quando criança, mas não conseguimos perceber timidez nas transmissões...

Chico Pedrotti A questão da timidez é mais na minha vida pessoal, no meu cotidiano. Quando eu estou em cena, em câmera, em uma transmissão, isso não é algo que acontece comigo. Mas, falando especificamente das transmissões do R7.com, ali com a turma, todo mundo se complementa muito. Então, cada um com a sua característica, sua especificidade, mas sempre um complementando o outro. A transmissão acaba sendo tão boa por isso, porque você tem diferentes óticas, que acabam entregando tudo para o público, para que tenha o lado da diversão, da informação e com uma linguagem muito verdadeira.


R7 Entrevista: Como é sua relação com Cleber Machado e o time esportivo que comanda as transmissões na tela da RECORD?

Chico Pedrotti Falar sobre o Cleber Machado também é super fácil, porque ele é uma dessas pessoas que tenho como referência. Ele é extraordinário, uma pessoa leve, e que traz esse bom humor sem deixar de ter o lado tradicional também. O Cleber é um narrador muito importante para a comunicação e para o futebol.


R7 Entrevista: Como surgiu o seu bordão “O brabo tem nome”?

Chico Pedrotti Na primeira transmissão que fiz havia recebido o convite meio em cima da hora, e como eu não tinha experiência nenhuma, percebi que precisaria de um bordão, porque todo narrador tem.

Aí entrei em uma rede social e a galera ficava falando na época: “Tal jogador é brabo”, “Esse é brabo”. E a partir disso eu cheguei para todos na produtora e falei, e se eu falar assim: “O brabo tem nome!”. Todos curtiram e me incentivaram para tentar. Não surgiu de maneira natural, foi algo que quando rolou o jogo e teve o gol, eu coloquei, o pessoal achou engraçado, curtiu e ai eu deixei.

R7 Entrevista: Qual é o balanço da transmissão exclusiva e fora do convencional feita pelo R7.com e PlayPlus?

Chico Pedrotti Tem sido uma experiência muito bacana por diversos fatores. O primeiro é ser uma das vozes desse projeto da RECORD tão legal, que é o futebol na emissora em 2025. Para mim, ter essa confiança da emissora para ser a voz do R7 e PlayPlus me conforta bastante e me motiva muito para eu entender que estou no caminho certo e fazendo um trabalho interessante. Também fico com um frio na barriga de, pela primeira vez, poder narrar o Campeonato Brasileiro Série A.

Essa também é uma oportunidade de eu ter trocas com pessoas incríveis, então, é um mix de sensações, porque eu fiz parte do Desimpedidos durante nove anos da minha vida e nesse projeto do PlayPlus e do R7.com, eu acabo, semanalmente, reencontrando grandes amigos do meu antigo trabalho.

Reencontro amigos que nunca trabalhei junto, mas que tenho uma troca muito grande, como, por exemplo, o Rudy Landucci. Também tive a oportunidade de trabalhar com o Zé Luiz, que é um cara com uma bagagem, com um conhecimento gigantesco e uma referência incrível da nossa comunicação brasileira.

* Estagiário sob supervisão de Juliana Lambert

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