Murilo Cezar estreia na RECORD como protagonista de Paulo, O Apóstolo e revela admiração pelo personagem: ‘Comprometido e humano’
Em entrevista exclusiva, ator relembra início na atuação e dá detalhes da superprodução que chega nesta segunda (7) à tela da emissora
Entrevista|Gabriel Alberto, do R7

Murilo Cezar vive uma jornada intensa desde que foi escolhido para protagonizar Paulo, O Apóstolo e fazer sua estreia na tela da RECORD. Depois de uma cena longa no estúdio e antes de passar pela caracterização para gravar à noite na cidade cenográfica, o ator bateu um papo exclusivo com o R7.
“Foi uma surpresa o convite para viver Paulo, fiquei muito feliz ao receber esse voto de confiança no meu primeiro projeto na casa”, revelou Murilo sobre interpretar o personagem-título da superprodução.
Durante a entrevista, ele contou detalhes do projeto que já está disponível no Univer Vídeo e estreia nesta segunda (7) na emissora. Acolhedor, Murilo traz uma elegância e tranquilidade em cada resposta. Com fala calma, porém firme e afetuosa, ele aproxima todos os envolvidos na superprodução e deixa equipe e elenco à vontade para construir uma relação e desenvolver o trabalho.
“Fazer um protagonista biográfico e bíblico tem um peso maior, até como respeito às pessoas que conhecem a história, que se identificam e se inspiram em Paulo”, revelou.
Ainda em 2024, antes de iniciar as gravações e para se ambientar, o ator visitou o Complexo de Dramaturgia da Seriella Productions e se preparou com rodadas de estudo e workshops como de latim e escrita em papiro.

“O Paulo é um homem comprometido com a sua missão e eu me vejo assim com meu trabalho. É o que amo fazer, minha paixão”, afirmou Murilo.
A série conta a história de Saulo, perseguidor de cristãos, que após um encontro com Jesus (Petrônio Gontijo), se converte ao Cristianismo e se torna Paulo, um dos principais nomes a levar a Palavra a diferentes lugares do mundo.
Murilo ainda revelou como foi o processo de escolha para protagonizar a superprodução e relembrou o início na atuação, bem como as transformações que Paulo trouxe para sua vida profissional e pessoal: “O Paulo é extremamente humano, é nesse lugar que o admiro muito e é onde me conecto a ele”.
Confira a seguir a entrevista completa:

R7 Entrevista: Paulo, O Apóstolo já está disponível no Univer Vídeo e agora chega à RECORD. Qual é a expectativa para a estreia e também a oportunidade de chegar a um público maior?
Murilo: A expectativa é muito boa devido a esse primeiro lançamento no Univer Vídeo, no sentido de as pessoas se conectarem com a história. A gente já tem um retorno e nas mensagens que tenho recebido muitas pessoas agradecem por dar vida às histórias que eles conhecem na Bíblia. Espero que com a chegada à RECORD essa história consiga impactar mais pessoas.
R7: Você estava pronto para iniciar as gravações de Reis quando foi chamado para protagonizar Paulo, O Apóstolo. Como se deu essa escolha?
Murilo: Essa escolha veio da autora [Cristiane Cardoso] e recebi o convite quando estava prestes a começar a gravar Reis. Conhecia a história de Paulo, mas ainda não tinha me aprofundado, e nem tinha noção da magnitude, dos grandes feitos e toda a jornada épica do que ele viveu. Então foi uma surpresa e fiquei muito feliz de poder ter esse voto de confiança no meu primeiro projeto na casa.
Conhecia a história de Paulo, mas ainda não tinha me aprofundado, e nem tinha noção da magnitude, dos grandes feitos e toda a jornada épica do que ele viveu
R7: Quando você foi chamado para protagonizar a série já tinha ideia da estrutura da superprodução, com tantos atores e profissionais envolvidos?
Murilo: Não. Tinha noção de que era um projeto grandioso, até porque me passaram que a narrativa de Paulo seria essa jornada, com os lugares por onde ele passou. Tinha uma ideia da magnitude, mas ao ter mais contato, a direção me passou o que de fato seria o projeto e entendi que seria uma superprodução
R7: O fato de a história de Paulo ser conhecida pelas pessoas te trouxe uma responsabilidade maior, tanto nos seus estudos quanto para entrar no set?
Murilo: Claro. Já encaro meu trabalho com muita responsabilidade e seriedade. Fazer um protagonista biográfico e bíblico tem um peso maior, até como respeito às pessoas que conhecem a história e que se identificam e se inspiram em Paulo. Até hoje os feitos dele se comunicam com muita gente. Fazer um personagem dessa magnitude exige um preparo grande para estar alinhado com a visão do que as autoras trouxeram. Elas têm todo esse conhecimento e trouxeram uma visão de um Paulo muito humano. Isso me deu uma fundação muito grande para trabalhar, e que é a minha busca, por essa humanidade dele.

R7: Como foi a construção do Saulo/Paulo. Além do texto, quais outras referências ou estudos você buscou para dar vida ao personagem?
Murilo: É muito curioso. Cada ator tem uma forma. Eu vou para um lado de muito estudo, no sentido de entender o que o texto me dá em um primeiro lugar e o que a autora quer. Qual a visão dela sobre esse personagem, as relações e as circunstâncias para, aí sim, me aprofundar e dar camadas de humanização de comportamento, de como ele age e reage a tudo o que acontece a ele. E quais são os grandes conflitos de cada momento.
Saulo vive conflitos completamente diferentes. Chega em meio à seita que está instaurada em Jerusalém e com Gabriela (Anna Melo) ‘contagiada’ por essa seita. Ele chega no meio de um turbilhão. E tem uma sequência de acontecimentos que o levam até esse momento de Paulo. E é um outro caminho de descobertas, uma outra forma de compreensão. Ele tem contato com Jesus (Petrônio Gontijo). Isso redimensiona a forma como ele enxerga a própria fé e como ele vai disseminar isso para as pessoas fora do mundo judaico, que são os gentios, a compreensão dessa nova missão, e como ele vai enfrentar e se doar para ela.
E estamos falando de uma linguagem muito específica. É interessante ressaltar todo o suporte que tenho aqui, as conversas com o Léo [Miranda, diretor-geral da série] e a preparação. Também me preparo fora, não é um trabalho que a gente faz sozinho, é coletivo. É muito importante que essa construção se dê dessa forma. Tem toda a minha parte de intelectualização, de construir uma parte da proposta, mas também se dá no gravando, trocando com outros atores, que também estão entregues, com a direção e essa condução da casa que me dá um termômetro muito grande dos tons, de como abordar e passar isso com humanidade, veracidade e, principalmente, com respeito à toda Palavra.
R7: Você perdeu peso para o personagem. Como foi esse processo de adequação corporal e de condicionamento físico para encarar uma verdadeira maratona de gravações?
Murilo: O personagem que eu iria interpretar em Reis exigia um porte físico maior. Já o Paulo é um homem fisicamente normal da época. Então, minha proposta foi trazer um corpo magro, sem academia e desenho muscular, porque ele não malha. Não tem nenhum momento da história que ele teria esse tempo ou esse condicionamento, que tivesse algum treinamento atlético para ter esse porte. Então, busquei um corpo mais natural, foi uma concepção minha. Quando entendi o personagem, fui pesquisar os homens da época. Eles andavam muito, comiam pouco, quando comiam. Procurei um pouco desse caminho para encontrar esse corpo do Paulo, que é esse lugar que tem muita firmeza, mas fisicamente normal. Ele não é soldado, é um peregrino.

R7: No processo de preparação você teve alguns workshops, aprendeu a manusear e a escrever em materiais antigos, também teve aula de canto e de latim. O que foi mais desafiador?
Murilo: Todos foram muito inusitados. Nunca tinha tido contato com latim, nem com um papiro, para manusear e escrever em grego. Tudo o que envolve o universo do Paulo é muito rico de cultura. Tivemos aulas de latim, principalmente com o núcleo romano, que tem mais fluência no latim, e de escrita também. Foi muito legal entender que o papiro era muito caro, então escreviam em pedaços de vaso quebrado, barro... Culturalmente foi tudo muito interessante.
Tudo o que envolve o universo do Paulo é muito rico de cultura. Tivemos aulas de latim, principalmente com o núcleo romano
R7: Durante as gravações, alguma cena ou momento nos bastidores te tocou e fez entender o impacto que esse personagem causa nas pessoas?
Murilo: É difícil eleger uma só. Mas tem um momento específico, fazendo o Paulo no cárcere entendi muito de algumas camadas do sofrimento dele. Não só entendi como senti. Foi muito interessante que entendi esse peso porque o meu grande desafio tem sido esse Paulo mais velho, mais vivido, pois tenho 39 anos. Para lidar com um homem que viveu tanta coisa no primeiro século, em um mundo mais primitivo, [tenho] que trazer a energia desse peso. E no cárcere foi o momento que eu entendi.
Fazendo o Paulo no cárcere entendi muito de algumas camadas do sofrimento dele. Não só entendi como senti
R7: São dezenas de cenários, milhares de figurinos, elenco numeroso. Como é fazer parte de uma produção desse tamanho?
Murilo: É uma responsabilidade grande que exige comprometimento, não só em cena como fora do set, para justamente estar preparado e conseguir chegar aqui inteiro e dar conta da carga, que é puxada, como todo protagonista. É um desafio muito bom. Gosto dessa responsabilidade e tem sido uma jornada, tem uma batalha muito grande até o final, mas estamos em um bom caminho.
R7: Sobre o protagonismo, como você enxerga esse lugar de ser referência para os demais colegas de elenco? Você transita por todos os núcleos, lida com praticamente todos os personagens da história.
Murilo: A melhor forma que consigo contribuir com todos, sejam atores que estão no elenco ou participações, é estar seguro, conseguir estar apto a trocar com todos, a doar e trazer o tom que a gente vem conduzindo a história.
Essa contribuição é importante. Sempre busco estar disponível para essa troca, trazer esse jogo para que eles também se harmonizem com a história. Afinal, estamos gravando há bastante tempo e é um desafio fazer participações. E a série é cheia delas. Então é muito interessante toda essa troca e o protagonismo tem um pouco essa função, dentro e fora [de cena], faz parte. Como a gente trabalha, acaba sendo, por um lado, uma referência. É muito prazeroso, eu gosto. Na verdade, o protagonismo exige mais, mas é a mesma forma como trato qualquer outro personagem. No entanto, o protagonista te desafia mais.

R7: Com essa rotina tão intensa de cenas e texto para estudar, como se mantém atento às demandas do personagem para não entrar em um modo automático?
Murilo: Essa história é muito rica. O texto dá muito material com as passagens de tempo e os lugares que ele vai, as trocas que ele tem com outros personagens são muito ricas. Então é difícil cair em um piloto automático tendo uma história tão viva. Para mim, o mapeamento todo do trabalho, de entender o personagem em cada momento, o que a história pede, o que o personagem está contando e comunicando a todo momento é muito vivo. Por isso que digo que é muito difícil cair no piloto automático porque essa história nos permite ter essa vivacidade constante.
R7: É possível, então, a todo momento, fazer novas descobertas sobre o Paulo?
Murilo: Diariamente, como na vida. Se a gente não tem um estado de presença forte, às vezes, não percebe a sutileza e os detalhes da vida. E o personagem é da mesma forma, com cada cena e descoberta. Agora viajamos [as gravações ocorreram em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul], onde o personagem também respira novos ares e tem novas trocas, [tudo isso] é muito importante. E aqui não tem cenas iguais, é sempre uma troca diferente. É muito interessante e rico você ter um personagem que você consegue aprender e em outro momento consegue dar o acúmulo de tudo o que aprendeu.
R7: O que o Murilo de hoje diria para o Murilo que lá atrás aceitou fazer parte dessa superprodução?
Murilo: Eu diria: ‘Confia. Vai com tudo. Dá o seu melhor’. É o que me proponho a fazer diariamente, entregar o melhor que posso com o que tenho hoje. É interessante porque o protagonismo te exige um lugar onde você precisa normalizar o cansaço. Você vem se desafiar, ter uma história boa e colegas bons que trocam, propõem e entregam. O que diria para ele é: ‘Faça o seu trabalho do jeito que você faz, da melhor maneira possível. E aproveita, divirta-se’.
R7: E no que Murilo e Paulo se assemelham e se diferenciam?
Murilo: Nossa semelhança é o comprometimento. Acho que o Paulo é um homem extremamente comprometido com a sua missão e eu me vejo assim com meu trabalho. É o que amo fazer, minha paixão. Acho que a gente se encontra nesse lugar firmemente, consigo entender na pele o que é esse comprometimento dele. E no que nos diferenciamos, Paulo é extremamente profundo, de uma maturidade e visão de mundo humanitária e conexão muito grande. E é o que ele tem me despertado, abriu portas desse caminho para um dia, longe de chegar ao nível dele, mas de conseguir me elevar um pouco nesse lugar. Ele está abrindo algumas portas que me permitem amadurecer muito, tanto como ator quanto como ser humano.
O Paulo é um homem extremamente comprometido com a sua missão e eu me vejo assim com meu trabalho

R7: O que te levou à atuação? Você sempre teve essa vontade de trabalhar com arte?
Murilo: Não. Na verdade, tinha um desejo muito tímido. Quando adolescente, assistindo a filmes, imaginava como era viver aquilo, estar nesse lugar. Eu entrava muito nas histórias, mergulhava mesmo e tinha essa vontade tímida. Fiz faculdade de Administração, trabalhei no mercado corporativo e em um momento de conflito, com uma não realização do que fazia, fui buscar alternativas, mas timidamente. Não tenho artistas na família, não tinha amigos, na época, da área, então fiquei meio perdido por onde começar. Por uns acasos, que não são acasos da vida, surgiu a possibilidade de trabalhar como modelo. E falei que ia ver se era bom para ficar na frente das câmeras, como eu performava e se me sentia bem. E foi paixão à primeira vista. Comecei a estudar e uma coisa foi caminhando em função da outra e estamos aqui hoje.
Fiz faculdade de Administração, trabalhei no mercado corporativo e em um momento de conflito, com uma não realização do que fazia, fui buscar alternativas, mas timidamente
R7: Como foi essa transição da carreira de modelo para o Teatro e TV?
Murilo: Ser modelo sempre foi uma etapa para mim, visando a atuação. Então foi uma forma de entender mais desse mecanismo, do que era estar na frente de uma câmera, seja fotográfica ou de audiovisual. Era uma forma de entender minha timidez em relação a isso. E me permitiu fazer trabalhos e me manter enquanto estudava Artes Cênicas em São Paulo. E fiz diversos outros cursos. Modelo é uma profissão que respeito e admiro muito, tenho muita gratidão. Não é fácil, é um mercado competitivo, mas também rico e me possibilitou grandes experiências que levo até hoje.
R7: Você completou 39 anos recentemente, qual o balanço desse último ano?
Murilo: Tem sido um ano que não parece ser só um ano, parece que foram muitos por tamanha profundidade e riqueza do que tenho vivido. Paulo está me permitindo isso e digo não só o personagem, mas o projeto, a história em si nessa superprodução épica. Vivo muitas coisas em cena. Tem sido maravilhoso, não poderia ter um ano melhor.
O Paulo é extremamente humano e o admiro muito, é onde me conecto a ele
R7: Falta pouco para o final das gravações. É possível refletir sobre o principal aprendizado que Paulo te traz como ator e como pessoa?
Murilo: O Paulo é extremamente humano e o admiro muito, é onde me conecto a ele. Ele vive inteiramente todos os conflitos, se preocupa muito com as pessoas. Tem uma fé inabalável, uma conexão com Jesus e com Deus muito firme. É admirável um homem que fez o que ele fez no tempo em que ele fez, e estarmos aqui, em 2025, falando sobre ele. O balanço é muito bonito, profundo pelo o que ele me permite viver e aprender com essa história.
Paulo, O Apóstolojá está disponível no Univer Vídeo e estreia nesta segunda (7), às 21h, na tela da RECORD.
