Zé Luiz abre o jogo sobre futebol feminino: "Ainda falta muito, inclusive, apoio de clubes"
Apresentador do Joga nas 11 também comemora o sucesso do projeto nas plataformas digitais R7.com e PlayPlus, fala sobre sua paixão pela música e da relação com as filhas Catarina e Manu Gavassi
Entrevista|André Borges*, do R7

Apaixonado por futebol, música e política, o comandante do podcast Joga nas 11 e do Pré e Pós-Jogão nas transmissões do Paulistão 2024 pelo PlayPlus e R7.com, Zé Luiz,tem bagagem de sobra para entrar em qualquer discussão. Jornalista, radialista, apresentador, ator e músico, ele tem o dom de transformar cada encontro em uma verdadeira conversa entre amigos, daquelas que você aprende, se inspira e ainda renova a dose necessária de risadas.
Na RECORD, Zé já foi repórter do programa É Show, comandado por Adriane Galisteu nos anos 2000, e também fez parte da equipe da apresentadora Eliana. Em 2021, retornou à emissora para participar da cobertura do Campeonato Paulista e, desde então, tem feito a alegria do público nas plataformas digitais.

Em bate-papo exclusivo, o jornalista abre o jogo sobre suas paixões — incluindo o Corinthians —, conta como é a relação com as filhas Catarina e Manuela Gavassi e fala com esperança sobre o futebol feminino no Brasil. "A gente avançou muito, mas ainda falta uma série de coisas".
Ao R7 Entrevista, ele ainda deu um palpite sobre a receita de sucesso do podcast Joga nas 11, que é um dos mais acessados no portal. "O grande trunfo, na minha modesta opinião, é ser um programa simpático. Então, quem está assistindo, fica sempre com um sorrisinho. Porque ninguém ali tem a pretensão de ser ‘expert’, mas a gente gosta de falar do assunto futebol e do Paulistão 2024".
Confira a seguir!
R7 Entrevista: Como pai de duas mulheres [Catarina e Manu Gavassi] e amante do futebol, você conseguiu transmitir sua paixão pelo esporte?
Zé Luiz — As minhas filhas não são aficionadas... A Catarina já foi mais, a gente ia para estádio, eu a levei para assistir o Ronaldo [Nazário] e ela adorava. Mas elas não são superligadas [no esporte]. Tem fases, mas elas gostam, a Catarina, principalmente, do futebol feminino.
Eu nunca fui aquele pai de impor coisas. Como falei, já levei as duas para terem a experiência de conhecer um estádio. Porque é uma celebração. O futebol, quando está todo mundo torcendo para o mesmo time, existe uma catarse da torcida e isso é muito bonito e bastante único. Eu acredito que toda essa magnitude vai chegar ao futebol feminino, porque potencial tem.

O futebol, quando está todo mundo torcendo para o mesmo time, existe uma catarse da torcida e isso é muito bonito e bastante único. Eu acredito que toda essa magnitude vai chegar ao futebol feminino, porque potencial tem
Falando em futebol feminino, a modalidade está ganhando mais visibilidade no Brasil...
A gente avançou muito, mas ainda falta uma série de coisas. Mas, hoje, você vê, principalmente, no Corinthians, um apoio e premiação maior. Claro que não chega nem perto do masculino, mas eu acredito muito no caminho. Acho que o futebol feminino está indo para um caminho bom aqui no Brasil. Mas ainda falta muito, inclusive, apoio de clubes. Atualmente, a categoria tem divisão de base, você vê meninas subindo para o principal, antes era improviso. Eu torço para avançar cada vez mais.

E como nasceu a sua paixão pelo Corinthians?
Eu sou corintiano desde moleque, adorava jogar futebol de botão e costumo dizer que o time escolhe a gente. O meu pai e meu tio eram corintianos, mas a minha família toda era são-paulina, meu avô e minha avó. Eu nem tive muita convivência com meu pai. Foi meu avô que me levou ao estádio algumas vezes para ver o Corinthians jogar e aí eu comecei a gostar.
Veio a Copa do Mundo de 1970 e eu lembro que era criança e o [Roberto] Rivellino era o meu ídolo, era jogador do Corinthians e estava na seleção brasileira. Então, isso [a admiração pelo clube] só foi crescendo e assim eu me tornei corintiano. Acho que por influência imagética do meu pai, pelo meu tio que morava comigo e porque depois você começa a gostar, vendo e entendendo.
O Corinthians tem uma história muito bela, que passa pela formação do clube, pela democracia corintiana e pelos anos sem títulos e, de repente, um título que parou São Paulo e o Brasil, pela invasão corintiana no Rio de Janeiro contra o Fluminense. Também pelo título da Libertadores invicto, pelo Mundial, enfim. Toda essa história vai reforçando o ser corintiano em você. Mesmo sofrendo 23 anos na fila, a gente continua corintiano.
Veio a Copa do Mundo de 1970 e eu lembro que era criança e o [Roberto] Rivellino era o meu ídolo, era jogador do Corinthians e estava na seleção brasileira. Então, isso [a admiração pelo clube] só foi crescendo e assim eu me tornei corintiano
Além do futebol, você também é apaixonado por música. Esse é aquele amor que uniu ainda mais a família?
A gente conversa sobre tudo, vida, amores, política, mundo, mas a música foi uma coisa que nos uniu bastante, eu, Catarina e Manuela. Eu sempre toquei violão e tenho alguns violões em casa. Adoro, mas como hobby. Tive banda, mas todas faliram.
A música sempre nos aproximou, porque elas gostavam, eu tirava [a letra] no violão, e a gente tocava e cantava junto. Isso, claro, ia motivando. A Catarina, na dela, como ouvinte. A Manuela como profissão. Foi grande parte por conta disso, de estar lá, querer aprender a tocar, primeiro não queriam, só ouviam, depois, tanto Manuela quanto Catarina, me perguntaram e eu ensinei algumas coisinhas. Então, a música, foi um dos nossos grandes laços de união. Até como ouvinte, a Catarina escuta uma música e me manda hoje. A cultura musical das duas têm muito a ver com essa troca que tivemos.

A música sempre nos aproximou, porque elas gostavam, eu tirava [a letra] no violão, e a gente tocava e cantava junto. Isso, claro, ia motivando. A catarina, na dela, como ouvinte. A Manuela como profissão
Música e futebol é uma combinação mais do que perfeita?
Hoje, se você sair com amigos e amigas, pode ser que eles nem gostem tanto de futebol, mas alguém vai falar alguma coisa, comentar, por exemplo, que o Palmeiras chegou à final. Mesmo quem não gosta tanto, vai saber e esse comentário vai surgir, então, essa é a conversa de boteco. Da mesma forma, a música também, é [algo] de amigos, de convivência. Você tem um amigo que tem um violão, chega na casa, toca, ou no bar alguém está tocando uma música. Por isso, acredito na fusão dos dois, porque as duas são conversas entre amigos. Tanto futebol, como a música, seja a música do gênero que for, e o futebol o time que for.

O Joga nas 11 foi o podcast mais ouvido pelo Portal R7 e também teve o melhor desempenho nas redes sociais no mês de fevereiro. Qual é o segredo do sucesso?
É muito bacana de fazer e o grande trunfo, talvez, do Joga, na minha modesta opinião, é ser um programa simpático. Então, quem está assistindo, fica sempre com um sorrisinho. Porque ninguém ali tem a pretensão de ser ‘expert’, mas a gente gosta de falar do assunto futebol e do Paulistão 2024, que é uma coisa que eu venho fazendo na RECORD pelo terceiro ano. Se existe algum segredo, é a uma equipe muito carinhosa com o conteúdo e as pessoas que passam por ali, eu ancorando, o Cosme [Rímoli], a Camila [Juliotti], ou algum outro convidado. Temos o prazer de falar de futebol sem uma pretensão de saber tudo a respeito. É uma conversa entre amigos.
Também acho que o fato de estar no Portal R7, R7 Esportes, PlayPlus e na RECORD NEWS me traz um feedback do [público de] todos os lugares. Tem gente que fala que foi impactado por um comentário e viu um recorte pelas redes sociais, há pessoas na frente do computador assistindo e, às vezes, estou em casa, às 23h, e meu celular começa a apitar com mensagens dizendo que estão me vendo na TV.
O grande trunfo, talvez, do Joga, na minha modesta opinião, é ser um programa simpático. Então, quem está assistindo, fica sempre com um sorrisinho
No digital, as interações são mais frequentes, há uma resposta mais rápida. Como conquistar esse público?
Eu procuro ser extremamente natural e o Joga transmite essa sensação de uma conversa entre amigos. A gente quer simplesmente conversar e considera o outro lado da câmera, da plataforma, do streaming como mais um elemento do programa. O público é parte do Joga.
Você palpita na indicação dos convidados?
Esse ano fui convidado para comandar o Joga nas 11 e fiquei muito orgulhoso, feliz e honrado. O programa tem toda uma equipe, que faz contato com os convidados, mas todo mundo sugere e eu posso sugerir também. Vamos ter agora a final [do Campeonato Paulista neste domingo (7)], então, provavelmente, vamos chamar jornalistas de outros lugares para ter um ponto de vista interessante. Provavelmente, colocar alguém ligado à rede [social] de times, porque hoje há influenciadores que fazem um trabalho legal. Também acho interessante colocar no futebol uma visão feminina e temos muitas influencers garotas com uma inteligência gigantesca e uma leitura muito diferente do futebol para além do que acontece nas quatro linhas. Realmente, temos uma produção que cuida de tudo isso e a gente conversa muito.
Fique ligado! A grande final do Campeonato Paulista entre Palmeiras e Santos acontece neste domingo (7) e você pode acompanhar tudo na tela daRECORD ou pelas plataformas digitais PlayPlus e R7.com.
* Estagiário sob supervisão de Juliana Lambert















