Logo R7.com
RecordPlus
Notícias R7 – Brasil, mundo, saúde, política, empregos e mais

Antigas bacias hidrográficas de Marte podem revelar vida passada no planeta

Marte revelou rios gigantes e segredos hidrológicos surpreendentes em seu passado

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

  • Google News
Marte tinha rios gigantes que moldaram seu terreno antigo (Imagem: Gerada por IA/ Gemini) Fala Ciência

Durante décadas, cientistas tentaram compreender a história da água em Marte. Agora, um estudo recente da Universidade do Texas em Austin trouxe um avanço histórico: a identificação de 16 enormes bacias hidrográficas que indicam um passado onde a água líquida moldava intensamente o planeta. Essas bacias não apenas representam vastos sistemas fluviais antigos, como também produziram cerca de 28.000 km³ de sedimentos, equivalentes a quase metade do total fluvial marciano conhecido.

O mapeamento, realizado com tecnologias avançadas, como o ArcGIS Pro e imagens das sondas Mars Global Surveyor (MOLA) e Mars Reconnaissance Orbiter (CTX), permitiu reconstruir redes de vales, canais e deltas, revelando padrões hidrológicos antes invisíveis. Principais descobertas do estudo:


  • Identificação de 16 sistemas de drenagem com áreas superiores a 105 km²;
  • Estimativa de 28.000 km³ de sedimentos fluviais acumulados;
  • Contribuição de 42% do volume total de sedimentos fluviais;
  • Evidências de extensa água líquida até 2 bilhões de anos atrás;
  • Indícios de água subterrânea preservada em regiões polares.

Como Marte armazenava água e por que ela desapareceu


Estudo mapeia 16 enormes bacias hidrográficas do planeta vermelho (Imagem: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona) Fala Ciência

A análise mineralógica reforça a presença histórica de água. Depósitos de argilas, sulfatos, carbonatos e os famosos “mirtilos de hematita” encontrados pelo rover Opportunity indicam intensa atividade hidrológica. Entretanto, o resfriamento do núcleo marciano e a perda do campo magnético expuseram o planeta a ventos solares e radiação cósmica, removendo grande parte da água da superfície.

Apesar disso, há fortes indícios de que parte da água foi armazenada em reservatórios subterrâneos, especialmente em regiões polares, preservando vestígios do antigo ciclo hidrológico. Esses mecanismos de soterramento podem explicar a existência de bacias hidrográficas enormes que permanecem visíveis apenas via mapeamento topográfico e mineralógico.


Implicações para exploração e estudo do planeta vermelho

O mapeamento das bacias hidrográficas não apenas revela a história da água em Marte, como também serve de referência para futuras missões de exploração e busca por sinais de vida passada. Novas metodologias desenvolvidas no estudo podem ser aplicadas para analisar outros planetas ou luas com possíveis vestígios de água líquida, ampliando nosso entendimento sobre mundos aquáticos no sistema solar.


A pesquisa publicada na Journal of Geophysical Research: Planets demonstra que Marte, em seu passado, possuía uma hidrologia complexa e dinâmica, abrindo caminhos para compreender a evolução climática, geológica e potencialmente biológica do planeta.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.