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Bactéria descoberta em cães pode representar nova ameaça à saúde humana

Infecção identificada em cães amplia preocupação com doenças zoonóticas

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

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Cães revelam bactéria emergente do grupo da febre maculosa. (Foto: Getty Images via Canva) Fala Ciência

Uma nova bactéria, recentemente identificada em cães, tem causado grande preocupação entre veterinários e especialistas em saúde pública. A bactéria pertence ao gênero Rickettsia, responsável por infecções graves em mamíferos, e sua descoberta levanta um alerta significativo sobre a possibilidade de risco para os seres humanos.

A Rickettsia finnyi foi detectada após a morte de vários cães nos Estados Unidos, que apresentaram sintomas semelhantes aos da febre maculosa das Montanhas Rochosas, uma doença transmitida por carrapatos. Cientistas da Universidade Estadual da Carolina do Norte conseguiram isolar a bactéria e sequenciar seu genoma, confirmando que se trata de uma nova espécie dentro do grupo das febres maculosas.


Uma descoberta preocupante

O estudo, publicado em 2025 na revista Emerging Infectious Diseases, aponta que essa bactéria pode ser transmitida por carrapatos, como outros patógenos do gênero Rickettsia. Embora a infecção tenha sido inicialmente observada em cães, especialistas alertam que, devido à capacidade desse patógeno de saltar entre espécies, ele poderia representar uma nova ameaça à saúde humana.


Até o momento, os cães têm sido as principais vítimas, mas o risco de transmissão para os seres humanos não pode ser descartado. A descoberta se torna ainda mais alarmante quando se considera que as infecções por Rickettsia em humanos podem ser extremamente graves, com sintomas que vão de febre intensa a complicações que afetam órgãos vitais.

Impacto para a saúde pública


Doença transmitida por carrapatos pode ir além da saúde animal. (Foto: Getty Images via Canva) Fala Ciência

A infecção, que se apresenta com sintomas como febre, letargia e deficiência de plaquetas no sangue, foi responsável por mortes entre os cães infectados. Embora muitos cães tenham se recuperado com o uso de antibióticos, a doença é grave o suficiente para que a vigilância seja redobrada.

A identificação dessa nova bactéria em cães acende um sinal de alerta para o potencial risco de infecção em seres humanos. O estudo também revela que a Rickettsia finnyi se adapta bem ao ambiente de células hospedeiras, como as de cães, o que pode indicar que nossos animais de estimação podem funcionar como reservatórios para o patógeno, aumentando o risco de disseminação.


A ameaça dos carrapatos

Embora ainda não se saiba qual espécie de carrapato transmite essa infecção, a pesquisa aponta para a possibilidade de o carrapato estrela solitária estar envolvido na transmissão. Esse tipo de carrapato é comum em várias regiões dos Estados Unidos, onde os cães infectados foram encontrados, e está fortemente associado a áreas residenciais e de recreação humana.

A presença desses carrapatos em ambientes urbanos, com contato frequente entre pessoas e animais, aumenta a chance de que a Rickettsia finnyi possa ser transmitida para seres humanos, principalmente por meio de picadas de carrapatos infectados. O aumento da vigilância sobre os carrapatos e a saúde animal é essencial para identificar e controlar qualquer risco à saúde pública.

Prevenção e futuro da pesquisa

A vigilância contínua da Rickettsia finnyi e de outras espécies de Rickettsia será crucial para entender o impacto potencial da bactéria na saúde humana. O monitoramento de casos em cães, a identificação precisa da espécie de carrapato responsável pela transmissão, e a busca por possíveis infecções em seres humanos são passos importantes para prevenir a disseminação de doenças graves.

Com a crescente urbanização e o aumento das interações entre animais e seres humanos, a descoberta de novos patógenos, como a Rickettsia finnyi, demonstra a necessidade de uma abordagem integrada e vigilante na proteção da saúde pública.

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