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Cafeína na gravidez pode influenciar obesidade dos filhos no futuro

Cafeína materna afeta metabolismo dos filhos conforme fase da exposição

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Fala Ciência|Do R7

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Cafeína na gestação pode influenciar o metabolismo dos filhos (Imagem: Getty Images/ Canva Pro) Fala Ciência

A cafeína é amplamente consumida em todo o mundo e, para muitos, faz parte da rotina diária. No entanto, quando ingerida durante períodos críticos do desenvolvimento, como gestação e lactação, seus efeitos podem ir além do conhecido estímulo ao sistema nervoso. Evidências experimentais recentes sugerem que a exposição precoce à cafeína pode modular o metabolismo da prole, com impactos que variam conforme o momento da exposição e o sexo dos descendentes.

Um estudo publicado na revista científica Nutrients, referência internacional na área de nutrição e metabolismo, investigou como a cafeína ingerida pela mãe influencia parâmetros metabólicos e hormonais ao longo da vida da prole, utilizando um modelo experimental em ratos. Logo nos primeiros achados, três fatores se mostraram decisivos:


  • Janela de exposição (gestação ou lactação);
  • Sexo da prole;
  • Respostas metabólicas ao longo do crescimento.

Janelas críticas moldam respostas diferentes


Estudo associa exposição precoce à cafeína a maior risco metabólico (Imagem: Getty Images/ Canva Pro) Fala Ciência

Os resultados indicaram que o período da lactação representa uma fase particularmente sensível para as crias do sexo feminino. A exposição à cafeína nesse intervalo aumentou a predisposição à obesidade, além de provocar intolerância à glicose, especialmente quando associada ao consumo de frutose.

Por outro lado, nos machos, a gestação se destacou como a fase mais crítica. A exposição apenas durante esse período esteve associada a maior preferência por alimentos altamente palatáveis e maior suscetibilidade ao ganho de peso, sugerindo alterações precoces nos circuitos de controle do apetite.


Alterações hormonais seletivas

A análise hormonal revelou efeitos específicos e temporários. Houve redução do hormônio tireoidiano T3 no período do desmame, um hormônio essencial para o metabolismo energético e o crescimento. Contudo, essa alteração não foi observada na vida adulta, indicando possível compensação fisiológica ao longo do desenvolvimento.


Consumo de cafeína na gravidez levanta alerta sobre efeitos futuros (Imagem: Getty Images/ Canva Pro) Fala Ciência

Hormônios diretamente ligados ao controle energético, como insulina, leptina e corticosterona, não apresentaram mudanças significativas, o que reforça que os efeitos da cafeína não são generalizados, mas direcionados a vias metabólicas específicas.

Implicações para a saúde materno-infantil

Embora os dados sejam provenientes de modelo animal, o estudo publicado em Nutrients contribui para a compreensão da chamada programação metabólica precoce, conceito que descreve como estímulos iniciais podem influenciar o risco de doenças metabólicas no futuro.

Esses achados reforçam a importância de avaliar com cautela o consumo de cafeína durante a gestação e a lactação, especialmente considerando que seus efeitos podem variar conforme o sexo da criança e o momento da exposição.

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