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Cientista brasileiro ganha destaque mundial com técnica inovadora contra a dengue

Pesquisa nacional mostra eficiência inédita contra arboviroses

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Fala Ciência|Do R7

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Luciano Moreira se destaca entre os 10 maiores cientistas de 2025. (Foto: Reprodução / Nature) Fala Ciência

O avanço das arboviroses transformou a busca por soluções eficazes em uma prioridade global. Nesse contexto, o pesquisador brasileiro Luciano Moreira conquistou reconhecimento internacional ao integrar a lista dos dez nomes que mais marcaram a ciência em 2025, publicada pela revista Nature

Sua contribuição envolve o uso de mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia, uma abordagem transformadora para frear doenças como dengue, zika e chikungunya.


Como a técnica altera o ciclo das infecções

A inovação consiste em liberar mosquitos criados especialmente para carregar a Wolbachia, uma bactéria que, ao entrar no organismo do Aedes, bloqueia a multiplicação de vírus responsáveis por transmitir doenças aos humanos. Embora seja natural em mais da metade dos insetos do planeta, a Wolbachia não está presente no Aedes aegypti, o que torna sua inserção uma mudança profunda no comportamento do vetor.


Quando esses mosquitos modificados se reproduzem com a população local, seus descendentes também carregam a bactéria. Assim, o método cria um efeito de proteção contínua, que se expande de forma natural ao longo das gerações.

Entre os principais benefícios estão:


  • Redução expressiva da circulação viral em áreas urbanas.
  • Queda no número de casos graves e internações.
  • Menor uso de inseticidas, contribuindo para o meio ambiente.
  • Economia robusta para o sistema de saúde.

Produção em larga escala e impacto no Brasil


Mosquitos com Wolbachia ganham força na saúde pública. (Foto: Photography's Images via Canva) Fala Ciência

Para viabilizar o método, foi criada uma estrutura de produção altamente controlada. Em Curitiba, uma fábrica científica produz mais de 80 milhões de ovos de Aedes aegypti por semana, mantendo temperatura, alimentação e reprodução cuidadosamente monitoradas para garantir a qualidade dos mosquitos.

O Brasil realiza testes com a técnica desde 2014, e sua adoção avançou a ponto de ser considerada uma das abordagens mais eficazes no combate às arboviroses. Estudos indicam que, para cada R$ 1 investido, o retorno econômico em medicamentos, internações e atendimentos pode variar entre R$ 43,45 e R$ 549,13, reforçando o peso da inovação.

Tecnologia que inspira outros países

A estratégia já está presente em 14 países, o que demonstra a relevância global desse avanço brasileiro. Pesquisas científicas mostram que os mosquitos com Wolbachia são ecologicamente seguros, geneticamente estáveis e altamente eficientes em reduzir a transmissão de vírus.

A presença de um brasileiro na lista da Nature reforça a importância da ciência nacional e comprova que soluções sustentáveis podem transformar a saúde pública. O método com Wolbachia não apenas reduz doenças, mas inaugura um novo padrão global no controle de vetores, com alto impacto social e ambiental.

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