Cientistas lutam para mapear espécies que podem desaparecer antes de serem descobertas
A floresta mais diversa do mundo enfrenta uma disputa crítica entre descoberta e destruição
Fala Ciência|Do R7

A floresta que molda o clima global e sustenta milhares de espécies está mudando mais rápido do que a ciência consegue acompanhar. A Amazônia vive uma corrida silenciosa, marcada por descobertas extraordinárias e perdas irreversíveis, enquanto o avanço humano pressiona limites ecológicos delicados. Nesse cenário, compreender a vida antes que ela desapareça tornou-se uma missão de urgência planetária.
Pesquisadores que atuam no Arco do Desmatamento observam transformações drásticas no ritmo da degradação. A cada expedição, a chance de encontrar algo ainda desconhecido rivaliza com a possibilidade de registrar uma espécie prestes a sumir. Para dimensionar o desafio, basta lembrar que o Brasil concentra mais de 10% do potencial mundial de novas espécies de vertebrados. Principais pontos para entender o problema:
Quando o tempo científico é mais lento que a devastação

A deterioração estrutural do bioma, influenciada pela expansão de áreas convertidas e por incêndios recorrentes, aproxima a floresta de um possível ponto de não retorno. Estudos, como os publicados na Conservation Biology, alertam que parte dos vertebrados pode desaparecer sem nunca ter sido catalogada, o que compromete políticas ambientais, manejo de fauna e estratégias de recuperação ecológica.
Nesse contexto, a ciência de vanguarda tornou-se aliada indispensável. O uso do DNA barcoding acelera a triagem de organismos e permite identificar suspeitas de novas espécies ainda em campo. Além disso, iniciativas como Amazônia +10 e programas de fomento, incluindo o Protax do CNPq, sustentam expedições em regiões críticas.
Descobrir para proteger
Cada nova espécie registrada desencadeia a necessidade de criação ou ampliação de áreas protegidas, funcionando como uma barreira contra pressões econômicas. Enquanto atividades como mineração e extração de madeira avançam rapidamente, o conhecimento científico permanece como a ferramenta mais eficaz para manter a Amazônia de pé e garantir que seu patrimônio biológico não desapareça na escuridão do desconhecido.















