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Corrida espacial: EUA avançam para controlar o espaço entre Terra e Lua

Tecnologias avançadas vão expandir o rastreamento de objetos no espaço entre Terra e Lua

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

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EUA ampliam vigilância e miram objetos ocultos entre Terra e Lua (Imagem: Getty Images/ Canva Pro) Fala Ciência

Uma nova etapa da corrida espacial acaba de ganhar forma: os Estados Unidos estão investindo em um sistema de observação capaz de vigiar objetos que circulam entre a Terra e a Lua, uma região cada vez mais movimentada por sondas, satélites e missões tripuladas. A iniciativa, desenvolvida pela agência DARPA, pretende aumentar o alcance das ferramentas atuais e reforçar a presença norte-americana em um território considerado estratégico.

A proposta surge em um momento de disputa global pela cooperação científica, pelo acesso a recursos lunares e, sobretudo, pela liderança tecnológica no espaço profundo. Com mais países planejando pousos, estações orbitais e sistemas de navegação lunar, entender o que transita pelo chamado espaço cis-lunar tornou-se prioridade. Pontos essenciais do programa:


  • Expansão da capacidade de detecção a centenas de milhares de quilômetros;
  • Uso de sensores ópticos avançados combinados a algoritmos embarcados;
  • Rastreamento de objetos muito pequenos, entre 10 e 20 centímetros;
  • Implantação de duas espaçonaves em posições de observação estratégica;
  • Monitoramento contínuo de tudo que atravessa o corredor Terra–Lua.

Uma área do espaço que deixou de ser invisível


O espaço cis-lunar, região entre o nosso planeta e a Lua, foi por décadas pouco observado. A maioria dos sistemas de rastreamento se concentra nas órbitas terrestres, onde se encontram satélites de comunicação, GPS e telescópios. Contudo, com o avanço das missões da NASA, da China e de empresas privadas, essa zona intermediária passou a exigir atenção redobrada.

Novo sistema americano promete monitorar todo o corredor Terra-Lua (Imagem: Getty Images/ Canva Pro) Fala Ciência

Para preencher essa lacuna, o programa da DARPA, conhecido como Track at Big Distances With Track-Before-Detect (TBD2), aposta em tecnologias capazes de detectar sinais extremamente fracos. A inovação central está na capacidade de processar dados diretamente no espaço, o que agiliza a identificação de movimentos suspeitos ou inesperados.


Duas posições estratégicas para enxergar além da órbita terrestre

O sistema será dividido entre duas espaçonaves posicionadas em locais de estabilidade gravitacional. Uma delas ficará no Ponto de Lagrange Sol-Terra L1, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, oferecendo um campo de visão privilegiado. A segunda atuará além da órbita geossíncrona, observando o “corredor” percorrido por veículos que viajam até a Lua.


Esses pontos oferecem vantagem energética e permitem vigilância prolongada, essencial em um cenário em que naves, módulos de pouso e sondas devem se multiplicar nas próximas décadas.

Uma corrida espacial que ganha novos contornos

O projeto avança em paralelo ao aumento da competição internacional. Os Estados Unidos trabalham para enviar astronautas novamente à superfície lunar com a missão Artemis 3, enquanto a China planeja seu próprio pouso tripulado por volta de 2030. Em um ambiente de disputas tecnológicas e diplomáticas, quem dominar o espaço cis-lunar terá vantagem na exploração e no uso de recursos lunares.

A iniciativa da DARPA destaca como a Lua deixou de ser apenas destino científico para se tornar um componente estratégico de longo prazo. O rastreamento detalhado dessa região poderá definir os rumos da cooperação e da segurança no espaço nas próximas décadas.

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