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Crise climática faz jovens repensarem a maternidade e o futuro

Medo do colapso ambiental e insegurança global estão mudando a forma como novas gerações enxergam a ideia de ter filhos

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

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Jovens repensam ter filhos diante da crise climática. (Foto: BGStock72 via Canva) Fala Ciência

A crise climática deixou de ser apenas uma preocupação ambiental para se tornar uma questão emocional e social profunda. Cada vez mais jovens relatam ansiedade ambiental, um sentimento de angústia diante do futuro do planeta. Essa sensação está afetando até decisões íntimas, como a de ter ou não filhos.

O medo de criar uma criança em um mundo de desastres naturais, escassez de recursos e instabilidade econômica leva muitas pessoas a adiar, ou até desistir, da maternidade. O fenômeno revela um novo tipo de consciência: a de que gerar vida também é um ato que envolve responsabilidade ambiental.


Ansiedade ambiental

A chamada ecoansiedade surge da percepção de que o futuro pode ser incerto demais. Psicólogos observam que esse tipo de angústia não se limita ao medo do aquecimento global, mas inclui a impotência diante de crises que parecem incontroláveis.


Com isso, decisões antes guiadas por instinto ou tradição agora passam por um filtro de sustentabilidade emocional e ambiental.

Entre os principais fatores que influenciam essa nova postura estão:


  • Desconfiança nas ações governamentais contra o aquecimento global;
  • Aumento dos desastres naturais e eventos climáticos extremos;
  • Desigualdades sociais que tornam o futuro mais imprevisível;
  • Busca por um estilo de vida consciente e sustentável.

Sustentabilidade reprodutiva


Medo do colapso ambiental afeta planos familiares. (Foto: And.one via Canva) Fala Ciência

Especialistas em reprodução humana já identificam mudanças no perfil de quem busca clínicas de fertilidade. Casais mais jovens chegam com dúvidas não apenas biológicas, mas também éticas e ecológicas.

Surge, assim, a ideia de sustentabilidade reprodutiva, pensar a fertilidade de modo integrado à preservação do planeta e ao bem-estar das futuras gerações.

Essa reflexão se conecta à queda global das taxas de natalidade e à tendência de adiar a parentalidade. Viver mais e ter menos filhos se tornou comum, refletindo uma mudança cultural e emocional.

Escolher não ter filhos: medo ou consciência?

Para alguns, optar por não gerar filhos é uma decisão racional e coerente com o cenário atual. Não se trata apenas de medo, mas de uma forma de agir com consciência ambiental.

Essa escolha também representa autonomia emocional e maturidade social, mostrando que a maternidade e a paternidade deixaram de ser um destino inevitável e passaram a ser decisões éticas e individuais.

O desafio para as novas gerações é encontrar equilíbrio entre a preocupação com o planeta e a fé em um futuro possível.

A crise climática pode ser, ao mesmo tempo, um alerta e uma oportunidade: a de repensar o modo de viver, consumir e se relacionar com o mundo. No fim, a decisão de ter ou não filhos reflete algo maior, o desejo de contribuir para um planeta mais sustentável, seja com novas vidas ou com novas atitudes.

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