Espécie gigante de dinossauro é identificada após 109 anos e surpreende paleontólogos
Revisão moderna transforma fósseis antigos em um novo hadrossauro
Fala Ciência|Do R7

Um conjunto de fósseis coletado em 1916 no sudoeste dos Estados Unidos voltou ao centro das atenções após uma nova análise revelar que eles pertenciam a um dinossauro que ninguém havia reconhecido. O material, inicialmente catalogado como parte de outro gênero, foi reavaliado e agora representa a espécie Ahshiselsaurus wimani, um enorme dinossauro de bico de pato que habitou a região durante o Cretáceo Superior.
O trabalho foi conduzido pelo biólogo D. Edward Malinzak, em colaboração com pesquisadores como Sebastian Dalman e Anthony Fiorillo, e divulgado no Boletim do Museu de História Natural e Ciência do Novo México. A reclassificação demonstra como coleções antigas ainda podem esconder respostas inéditas sobre a evolução dos dinossauros.
A nova identidade por trás dos fósseis de 1916
Durante quase 110 anos, os ossos foram listados como pertencentes ao gênero Kritosaurus. Contudo, quando avaliados com técnicas anatômicas mais refinadas, revelaram detalhes que não batiam com esse grupo. O crânio parcialmente preservado, algumas vértebras cervicais articuladas e ossos isolados como o jugal e o dentário exibiam proporções e formas que não eram vistas em outros hadrossauros conhecidos.
Essa revisão permitiu identificar características únicas, suficientes para validar não apenas uma nova espécie, mas também um novo gênero. Assim, o Ahshiselsaurus wimani emergiu como uma peça importante para reconstruir a história evolutiva dos hadrossauros norte-americanos.
O que o achado revela sobre a movimentação desses gigantes?

A análise dos estratos onde o fóssil foi encontrado trouxe pistas valiosas sobre os caminhos migratórios e a diversificação desses dinossauros herbívoros. As evidências apontam que o sudoeste dos Estados Unidos funcionava como um ponto de origem para várias linhagens, permitindo que grupos se dispersassem conforme mudanças ambientais afetavam seus habitats.
Entre os indícios destacados estão:
• sinais de que populações antigas migraram para o norte, substituindo espécies locais
• ramificações que seguiram para o sul e deram origem a novos ramos evolutivos
• a coexistência de múltiplos hadrossauros em ambientes distintos
O fato de o Ahshiselsaurus wimani aparecer em camadas geológicas mais profundas do que o Kritosaurus também sugere que ele pertence a um período mais antigo, o que ajuda a mapear com mais precisão a diversidade de dinossauros da Bacia Interior Ocidental.
Mesmo sendo um fóssil conhecido há mais de um século, sua verdadeira identidade permaneceu oculta até a chegada de novas técnicas de comparação anatômica. Isso mostra como o avanço científico pode transformar interpretações antigas e abrir caminho para novas hipóteses sobre a evolução dos dinossauros.
A equipe pretende continuar analisando materiais já armazenados em coleções e explorar outros fósseis da mesma região. Cada peça pode ajudar a esclarecer como mudanças climáticas, adaptações ecológicas e deslocamentos populacionais moldaram esses animais ao longo de milhões de anos.A identificação do Ahshiselsaurus wimani reforça que ainda existem grandes histórias escondidas em fósseis esquecidos, basta olhar para eles com as ferramentas certas.














