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Exoplaneta próximo de sua estrela pode estar “derretendo” lentamente

Observações do JWST revelam fenômeno raro de escape atmosférico

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

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Exoplaneta Tylos revela cauda dupla e escape atmosférico extremo (Imagem: Fala Ciência via Gemini) Fala Ciência

O exoplaneta WASP-121b, popularmente conhecido como Tylos, voltou a despertar interesse da comunidade científica. Observações recentes realizadas pelo Telescópio James Webb (JWST) indicam que o planeta está expelindo sua atmosfera de forma significativa, formando duas caudas de gás hélio que se estendem por mais da metade de sua órbita ao redor da estrela. Esse fenômeno incomum levanta a hipótese de que o planeta pode estar, literalmente, “derretendo” devido à intensa radiação estelar. Além das caudas duplas, Tylos é conhecido por características extremas:

  • Chuva de rubis e safiras resultante de vaporização metálica;
  • Nuvens de metais em sua atmosfera;
  • Um ano extremamente curto, durando apenas 30 horas terrestres;
  • Proximidade extrema da estrela, tornando o planeta um gigante gasoso escaldante.


O fenômeno do escape atmosférico

O estudo publicado na revista Nature Communications utilizou dois instrumentos-chave do JWST, o Imageador de Infravermelho Próximo e o Espectrógrafo sem Fenda, permitindo monitorar o exoplaneta por 37 horas consecutivas. A análise revelou que a cauda dianteira do planeta pode estar direcionada pela gravidade estelar, enquanto a cauda traseira é moldada pelo vento e pela radiação da estrela. 


Gigante gasoso Tylos pode estar “derretendo” sob radiação intensa (Imagem: Fala Ciência via Gemini) Fala Ciência

Além disso, o escape persistente de hélio indica processos físicos complexos em ação. Essa configuração de duas caudas em direções opostas desafia os modelos computacionais tradicionais, mostrando que a perda atmosférica de gigantes gasosos precisa ser estudada em três dimensões para compreender plenamente a interação com a estrela hospedeira.

Implicações para a evolução de planetas gasosos


Os pesquisadores investigam se o escape atmosférico pode levar Tylos a perder uma quantidade significativa de massa, eventualmente transformando-se em um núcleo rochoso desnudo, semelhante a Netuno sem sua camada gasosa. Esse fenômeno reforça a necessidade de revisar como simulamos a evolução de planetas, especialmente aqueles que orbitam muito próximos de suas estrelas.

Futuras observações poderão esclarecer por que as caudas seguem direções opostas, determinar a taxa real de perda de massa atmosférica e verificar se outros gigantes gasosos podem evoluir de maneira semelhante. Com a crescente capacidade do JWST e de outros telescópios, o estudo de exoplanetas extremos como Tylos oferece informações essenciais sobre a formação, evolução e destino final de mundos fora do Sistema Solar.

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