Meteoroide atinge Marte e desencadeia avalanches impressionantes vistas do espaço
Sonda europeia registra o impacto de um meteoroide que redesenhou encostas em Marte
Fala Ciência|Do R7

Na véspera do Natal de 2023, um meteoroide colidiu com a borda do Monte Apollinaris, em Marte, desencadeando avalanches de poeira que transformaram o terreno. O evento foi registrado pela sonda ExoMars Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), que capturou as novas estrias nas encostas marcianas, revelando a força de um impacto raro e suas consequências visuais.
Essas formações, observadas em detalhes pelo Sistema de Imagem de Superfície em Cores e Estereoscopia (CaSSIS), revelam não apenas o ponto de colisão, mas também um aglomerado de crateras e manchas descoloridas formadas pelo deslocamento da poeira. Segundo as análises, o evento ocorreu entre 2013 e 2017, mas só agora foi totalmente documentado.
O que as novas imagens de Marte revelam
O planeta vermelho está longe de ser estático

Pesquisas recentes indicam que a dinâmica de poeira e vento é o principal motor dessas transformações. Em locais específicos, impactos de meteoroides podem acelerar esse processo, mas em escala global, são exceções. Para chegar a essa conclusão, o cientista Valentin Bickel, da Universidade de Berna, utilizou algoritmos de aprendizado profundo para analisar mais de dois milhões de estrias detectadas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA.
O levantamento identificou cinco regiões críticas em Marte, onde essas formações aparecem com maior frequência, entre os anos de 2006 e 2024. Essas descobertas ajudam a compreender como Marte continua a se transformar, mesmo sem atividade geológica intensa ou presença constante de água.
Janelas para o passado e para a vida marciana
A sonda Trace Gas Orbiter segue observando Marte de forma contínua, mapeando gases atmosféricos e regiões ricas em depósitos de água congelada. O objetivo é entender como o planeta evoluiu e se já teve condições de abrigar vida. Cada nova imagem e cada faixa registrada revelam que Marte é mais ativo do que parece, um mundo ainda em movimento, marcado por impactos, erosão e ventos incessantes.
Esses resultados ampliam a visão sobre o comportamento da superfície marciana e reforçam a importância das missões orbitais de longa duração, que ajudam a decifrar a história climática e geológica do planeta vermelho.
