Quem tem diabetes ou obesidade pode viver mais com este tipo de dieta, aponta estudo
Dieta vegetal saudável reduz significativamente o risco de morte em pessoas com distúrbios cardiometabólicos
Fala Ciência|Do R7

A adoção de uma alimentação mais natural pode ir muito além da balança. Um novo estudo apresentado na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology (ACC.25) mostra que pessoas com distúrbios cardiometabólicos podem viver mais tempo ao priorizar alimentos saudáveis à base de plantas.
A investigação, liderada por Zhangling Chen, revela que mudanças simples nas escolhas alimentares geram impacto direto na mortalidade por causas gerais, cardiovasculares e até câncer.
Quando a alimentação se torna um fator decisivo para a sobrevivência
Distúrbios cardiometabólicos, como obesidade, diabetes e doenças cardíacas, envolvem alterações metabólicas profundas. Esses quadros aumentam significativamente o risco de morte precoce. Embora medicamentos ajudem no controle, o estudo reforça que o padrão alimentar é um dos pilares mais poderosos para evitar complicações.
Para compreender esse impacto, pesquisadores analisaram dados de 78 mil pessoas com esses distúrbios, participantes de grandes estudos de longo prazo no Reino Unido, Estados Unidos e China. As informações alimentares foram usadas para calcular duas pontuações: uma voltada para dietas vegetais saudáveis e outra focada em padrões vegetais considerados inadequados.
Números mostram o poder da dieta vegetal

As conclusões despertam a atenção. Os participantes que consumiam mais vegetais, frutas, leguminosas, grãos integrais, chá e café apresentaram redução de 17% a 24% no risco de morte por qualquer causa, doenças cardiovasculares ou câncer. Já os indivíduos que seguiam padrões alimentares com predominância de grãos refinados, bebidas açucaradas, batatas e produtos animais exibiram aumento entre 28% e 36% no risco de mortalidade.
Os dados foram ajustados para idade, sexo, etnia, atividade física, IMC, estilo de vida e outros fatores de confusão. Além disso, os resultados mostraram consistência em todos os países estudados, independentemente das diferenças culturais, faixas etárias e níveis de saúde.
Por que alimentos vegetais saudáveis fazem tanta diferença?
O estudo sugere que padrões alimentares baseados em plantas fornecem combinações de fibras, antioxidantes e compostos bioativos que:
• reduzem inflamações crônicas
• melhoram o controle glicêmico
• estabilizam a pressão arterial
• diminuem o estresse oxidativo
• favorecem o equilíbrio do microbioma intestinal
Esses mecanismos ajudam a evitar a progressão das doenças cardiometabólicas para quadros mais graves, reduzindo o risco de complicações fatais.
O papel das bebidas saudáveis como aliadas da longevidade
Em um estudo complementar, utilizando apenas dados do NHANES, o mesmo grupo de pesquisa observou que padrões de consumo de bebidas saudáveis também estavam relacionados a menor risco de morte precoce.
O efeito foi mais forte em dietas com café, chá e leite com baixo teor de gordura, e reduzido entre pessoas que consumiam álcool, sucos e bebidas adoçadas.
Caminho acessível para quem convive com doenças crônicas
Embora o estudo tenha limitações, como o uso de dados alimentares autorrelatados, os resultados oferecem evidências robustas de que estratégias alimentares simples podem ser decisivas para milhões de pessoas em risco.
Priorizar alimentos vegetais saudáveis e reduzir itens ultraprocessados ou de origem animal pode ser uma das medidas mais eficazes para prolongar a vida e melhorar a qualidade de saúde.














