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Vento solar pode ter transformado campo magnético de Urano em 1986

Reanálise mostra que vento solar extremo alterou temporariamente o ambiente magnético do planeta

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

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Tempestade solar pode explicar cinturão de elétrons extremo em Urano (Imagem: Gerada por IA/ Gemini) Fala Ciência

A visita da Voyager 2 a Urano, em 1986, deixou uma série de enigmas para a ciência. Entre eles, o registro de um cinturão de elétrons extremamente energizado, muito mais intenso do que modelos teóricos previam. Agora, quase quatro décadas depois, pesquisadores do Southwest Research Institute (SwRI) reuniram novas análises que indicam um cenário diferente do imaginado: Urano estava sendo atingido por um vento solar poderoso, capaz de transformar completamente a estrutura dos seus campos magnéticos.

Apesar de o fenômeno solar ser conhecido, sua ação específica naquele momento não havia sido identificada. Para facilitar a compreensão, vale lembrar que tempestades solares podem:


  • Modificar campos magnéticos planetários;
  • Acelerar partículas carregadas;
  • Criar ambientes altamente radioativos;
  • Afetar cinturões de radiação, como o da Terra.

Um planeta visitado em um momento excepcional


Segundo a nova interpretação dos dados, publicada na Geophysical Research Letters, a sonda não encontrou Urano em seu estado típico. Pelo contrário: o planeta estava sob influência de uma tempestade de partículas solares que intensificou artificialmente seu cinturão de radiação, tornando-o anormalmente energético. Isso explica por que a Voyager 2 registrou elétrons tão rápidos e abundantes.

Dados da Voyager 2 revelam energia inesperada no ambiente de Urano (Imagem: Getty Images/ Canva Pro) Fala Ciência

Além disso, o estudo indica que, ao contrário do que se acreditava, as ondas de alta frequência geradas pelo vento solar não dispersaram as partículas. Elas atuaram de modo oposto, acelerando elétrons e criando um cinturão ainda mais energético, processo semelhante ao que ocorre em certos eventos na Terra.


Implicações para o futuro da exploração planetária

Esse achado muda a forma como a comunidade científica interpreta os ambientes eletromagnéticos dos chamados gigantes gelados. Além disso, reforça a necessidade de novas missões dedicadas a Urano e Netuno, já que muitas de suas características foram observadas apenas uma vez e sob condições não ideais. Investigações mais modernas poderiam:


  • Mapear cinturões de radiação em condições normais;
  • Avaliar riscos para sondas futuras;
  • Entender interações entre ventos solares e campos magnéticos complexos;
  • Revelar detalhes sobre sistemas de luas e atmosferas.

No fim, a própria Voyager 2 continua a provar seu valor, lembrando que, mesmo com tecnologias da década de 1980, seus registros ainda proporcionam revisões profundas sobre mundos distantes e pouco explorados.

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