Ação turca pode prejudicar processo de paz na Síria, adverte Kremlin
Governo advertiu que a tensa situação gerada após operação militar da Turquia contra as milícias curdas prejudica regulação política no país
Internacional|Da EFE
O Kremlin advertiu que a tensa situação no nordeste do território sírio, que chega neste domingo (20) ao terceiro dia de trégua em meio à operação militar da Turquia contra as milícias curdas, pode prejudicar o processo de regulação política na Síria.
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"Os acontecimentos no nordeste da Síria deixam uma grande preocupação em todos nós. Potencialmente, tais acontecimentos podem prejudicar a regulação política", disse Dmitry Peskov, porta-voz presidencial, à televisão pública russa.
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Essas são as declarações mais críticas de um alto cargo do governo russo em relação à Turquia desde que o Exército turco iniciou a operação na Síria. A pausa veio após um acordo selado entre Turquia e Estados Unidos.
Nesta semana o negociador-chefe russo, Aleksandr Lavrentiev, advertiu que as tropas turcas não podiam penetrar mais de cinco quilômetros na Síria e se mostrou contra a presença permanente no país.
Lavrentiev lembrou que o acordo sírio-turco de Adana - assinado em 1998 para lidar com as preocupações da Turquia no âmbito da segurança - estipulava que as tropas turcas podiam penetrar cinco quilômetros no território sírio para combater o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista pelo governo turco.
Estima-se que cerca de 12 mil integrantes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reclusos em prisões no nordeste da Síria podem ser libertados com a saída das milícias curdas.