Uma escola de ensino médio próxima ao local do acidente que envolveu três trens na Índia, na sexta-feira (2), foi transformada em um necrotério improvisado, onde as autoridades acompanham as famílias para tentar identificar as vítimas. Pelo menos 288 pessoas morreram e cerca de 900 ficaram feridas. Arvind Agarwal, que coordena o necrotério improvisado, afirmou que os cadáveres estão "quase irreconhecíveis" depois de mais de 24 horas sob um calor escaldante. Ele informou às famílias que testes de DNA serão necessários para identificar as vítimas. A tragédia aconteceu perto de Balasore, cidade do estado de Odisha, a quase 200 km da capital regional, Bhubaneswar. Anubhav Das, que estava no último vagão da segunda composição, afirmou que ouviu "sons estridentes e horríveis que vinham de longe". Após o acidente, ele declarou ter observado "cenas repletas de sangue, corpos mutilados e um homem com um braço amputado sendo ajudado desesperadamente por seu filho ferido".• Compartilhe esta notícia no WhatsApp• Compartilhe esta notícia no Telegram O balanço da tragédia pode aumentar para 380 mortos, de acordo com o diretor do corpo de bombeiros de Odisha, Sudhanshu Sarangi. "Nenhum responsável pelo acidente ficará impune", prometeu o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que seguiu para o local da tragédia e visitou feridos no hospital. "Rezo para que consigamos superar este momento triste o mais rápido possível", declarou ao canal público Doordarshan. Neste sábado (3) à noite, quase 24 horas após o acidente, as operações de resgate foram concluídas, depois da inspeção de todos os vagões destruídos dos trens. "Todos os corpos e os passageiros feridos foram retirados do local do acidente", declarou à AFP uma fonte da célula de coordenação de emergências de Balasore. Todos os hospitais entre o local da tragédia e Bhubaneswar receberam vítimas da tragédia, informaram as autoridades. Quase 200 ambulâncias e ônibus foram mobilizados para o transporte. Após a colisão, "as pessoas gritavam, pediam ajuda", declarou Arjun Das, sobrevivente do acidente. "Havia feridos por todos os lados, dentro dos vagões, nos trilhos. Quero esquecer as cenas que vi", acrescentou Correspondentes da AFP observaram vagões completamente tombados e as equipes de emergência trabalhando sem pausa para resgatar os sobreviventes. Muitos cadáveres, cobertos por lençóis, estavam ao lado dos trilhos. Hiranmay Rath, um estudante que mora perto do local do acidente, correu para ajudar. Em poucas horas, ele afirmou ter visto mais "morte e sofrimento" do que poderia imaginar. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também expressou "sinceras condolências". Este é o o pior acidente ferroviário na Índia desde 1995, quando uma colisão entre dois expressos perto de Agra, cidade onde fica o Taj Mahal, provocou mais de 300 mortes. O acidente mais letal na história da Índia aconteceu em 6 de junho de 1981, no estado de Bihar (leste), quando sete vagões de um trem caíram de uma ponte sobre o rio Bagmati, uma tragédia que provocou entre 800 e 1.000 mortes.Veja imagens do acidente que envolveu três trens na Índia