Acusado de esfaquear Salman Rushdie se declara inocente em tribunal dos Estados Unidos
Hadi Matar negou acusações de tentativa de assassinato e de agressão ao escritor e seguirá preso preventivamente
Internacional|Do R7
Hadi Matar, o homem acusado de esfaquear o escritor Salman Rushdie, se declarou inocente das acusações de tentativa de assassinato e de agressão, diante do tribunal do júri do condado de Chautauqua, no noroeste do estado de Nova York, nos Estados Unidos, e assim seguirá preso preventivamente, segundo a imprensa local.
Na última sexta-feira (12), o escritor, de 75 anos, iria participar de um evento literário público em Chautauqua, quando Matar, de 24 anos, subiu ao palco e o esfaqueou dez vezes, de acordo com relatos de testemunhas e imagens que foram postadas nas redes sociais.
O acusado de ser o autor do ataque foi preso imediatamente e hoje esteve em audiência para ser informado das acusações, tendo sido indiciado hoje mesmo, em situação habitual em casos como esse.
Após a declaração de inocência, o tribunal determinou que Matar permaneça em prisão preventiva, sem a possibilidade de fiança, seguindo solicitação do Ministério Público local.
Durante o fim de semana, Matar já tinha se declarado inocente das acusações de tentativa de assassinato e agressão com arma, que tinham sido apresentadas inicialmente pelos promotores do caso.
Na última quarta-feira (17), em breve entrevista concedida na prisão ao jornal The New York Post, Matar disse que sentia aversão por Rushdie, devido ao escritor, segundo ele ter "atacado o islã", embora tenha admitido ter lido apenas algumas páginas de Versos Satânicos, o controverso livro do ator.
Na entrevista, Matar expressou surpresa por Rushdie ter sobrevivido ao ataque e evitou, a conselho do advogado, afirmar se foi inspirado pela fatwa (decreto religioso) do aiatolá Khomeini, embora tenha deixado clara sua simpatia pelo ex-líder iraniano.
Rushdie segue internado em estado grave em um hospital da Pensilvânia, mas poucos detalhes sobre o estado de saúde do escritor estão sendo divulgados.
O filho da vítima afirmou que o pai já não precisa do auxílio de aparelhos para respirar e que na terça-feira (16) esteve "eloquente" ao prestar depoimento à polícia.