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Afeganistão: ONU distribui dinheiro para milhares de famílias pobres

Nações Unidas doou cerca de R$ 394 para pessoas de um dos bairros mais pobres de Cabul, capital do país

Internacional|Do R7

Pessoas se reuniram em busca do auxílio concedido pela ONU
Pessoas se reuniram em busca do auxílio concedido pela ONU

O desânimo era palpável nesta segunda-feira (29) em Cabul entre as 3.000 famílias que se aglomeravam para receber 7.000 afganis (cerca de R$ 394), fornecidos aos mais pobres pelo PMA (Programa Mundial de Alimentos) da ONU. 

As mulheres gritam e se empurram para conseguirem chegar ao local onde a ajuda é distribuída, ignorando os talibãs armados encarregados de manter a ordem. Algumas vestem burcas com remendos, mas outras estão com vestidos mais modernos porque não esperavam encontrá-los ali.

"Nunca imaginei que algum dia estaria em uma fila para pedir ajuda", suspira Bassana, de 20 anos, cujo pai morreu em combate e os dois irmãos, também membros das forças armadas afegãs, fugiram do país assim que os talibãs retomaram o poder, em meados de agosto.

"A primeira coisa será comprar comida para evitar passar fome", afirmou.


Desde o retorno dos talibãs, a economia afegã, que dependia em grande parte de subsídios internacionais, afundou. Os Estados Unidos congelaram os ativos do Banco Central afegão. O Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional) interromperam a ajuda ao Afeganistão. 

A ONU, por sua vez, alertou que ao menos 23 milhões de afegãos, sobre uma população de 38 milhões, estarão ameaçados pela fome neste inverno. 


Para essa operação, o PMA identificou cerca de 3.000 famílias particularmente necessitadas neste bairro chamado de "colina da televisão", explica Azimulá Fazalyar, funcionário de uma organização associada com o PMA.

"A maioria das pessoas precisa de ajuda, mas somos obrigados a escolher", lamenta Fazalyar. "Talvez haja entre 50 mil e 60 mil famílias que precisam de ajuda aqui", afirma.


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O PMA, que distribui alimentos em várias ocasiões, desta vez ajuda com dinheiro, já que "alguns precisam comprar outros produtos básicos além de alimentos, como carvão, lenha ou cobertores" para o inverno, explica.

O desespero estampa muitos dos rostos na fila. "Não sei como vou fazer para alimentar meus [quatro] filhos", disse em um sussurro, entre lágrimas, Sheila, de 41 anos, cujo marido tenta ganhar dinheiro com coleta de latas e garrafas. 

Ela precisa comprar "carvão, arroz, óleo, farinha", mas também precisa pagar o aluguel e as contas de água e de luz.

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