Afeganistão tem 10 milhões de crianças necessitando de ajuda
Segundo o Unicef, essa parcela da população afegã é ameaçada por problemas como a desnutrição e a violação de direitos
Internacional|Do R7
O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lançou um alerta nesta segunda-feira (23) de que cerca de 10 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária no Afeganistão, ameaçadas por problemas como a desnutrição e a violação de direitos.
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"Estima-se que um milhão de menores sofrerão desnutrição aguda grave, ao longo deste ano, e poderão morrer sem tratamento", indicou a Unicef, através de comunicado.
Além disso, a agência apontou na nota que aproximadamente 4,2 milhões de crianças não irão para a escola, estando entre elas, 2,2 milhões de meninas.
Além disso, foram documentadas desde o início de 2020 "mais de 2 mil violações graves dos direitos dos menores. Já cerca de 435 mil crianças e mulheres precisaram partir para outras regiões do Afeganistão, diante da violência e outros problemas.
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"Esta é a triste realidade que enfrentam os menores afegãos, e segue sendo assim, independente dos acontecimentos políticos em curso e das mudanças de governo", apontou a agência.
A Unicef indica que a situação poderá se agravar nos próximos meses, diante das consequências econômicas geradas pela pandemia da covid-19 e da seca que atinge o Afeganistão atualmente.
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Por causa disso, o comunicado aponta que o Fundo das Nações Unidas para a Infância seguirá no país, diante da necessidade de serviços essenciais, como os de saúde, vacinação contra poliomielite, sarampo, além de proteção, refúgio, água e saneamento.
Neste domingo, em comunicado conjunto, Unicef e Organização Mundial da Saúde (OMS), solicitaram o "estabelecimento de uma ponte aérea", já que os voos comerciais seguem suspensos no aeroporto de Cabul há mais de uma semana, após a tomada de poder pelos talibãs.
As duas agências "pedem o acesso imediato e sem obstáculos para entregar medicamentos e outros itens que podem salvar as vidas de milhões de pessoas que precisam de ajuda, inclusive 300 mil deslocadas apenas nos últimos dois meses".
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