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Afeganistão: tropas causaram mais mortes de civis que talibãs em 2019

Desde o início da contagem das vítimas civis no conflito afegão em 2009, o número de mortos e feridos pelas forças armadas nunca tinha sido tão alto

Internacional|Da EFE

581 civis morreram devido ao conflito afegão neste ano
581 civis morreram devido ao conflito afegão neste ano

O número de mortes de civis causadas pelas operações das forças do Afeganistão e internacionais no primeiro trimestre do ano no país superou pela primeira vez o das ocasionadas pelos talibãs e outros grupos rebeldes, anunciou nesta quarta-feira (24) em um relatório a Missão da ONU no Afeganistão (Unama).

"A Unama observa com preocupação que as forças pró-governo foram responsáveis por mais mortes de civis (305) que os elementos antigovernamentais (227) durante o primeiro trimestre de 2019", afirma o relatório.

A missão destacou que nesse período mais da metade do total de 581 mortes civis (49 vítimas não puderam ser relacionadas a nenhuma das partes em conflito) foi atribuída às forças afegãs e às tropas internacionais que atuam no país.

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A Unama expressou preocupação com o contínuo e significativo aumento de vítimas civis em decorrência de bombardeios aéreos, que aumentaram em 41% em relação ao mesmo período do ano passado, e das operações de busca de insurgentes, que aumentaram 85%.


Desde 2009, quando a Unama começou a contabilizar as vítimas civis no conflito afegão, o número de mortos e feridos pelas forças governamentais e estrangeiras nunca tinha sido tão alto.

De positivo, os números gerais de vítimas no primeiro trimestre, 1.773 (581 mortos e 1.192 feridos), mostram uma diminuição de 23% em comparação com o mesmo período de 2018, no qual foram registradas 2.305 vítimas (799 mortos e 1.506 feridos), que por sua vez é o número mais baixo no mesmo período em seis anos.


A Unama relacionou a queda no número de vítimas a uma diminuição dos ataques suicidas graças às conversas de paz que vêm sendo realizadas nos últimos meses entre os Estados Unidos e os talibãs, além de um inverno muito rigoroso que reduziu os confrontos.

"A diminuição geral de vítimas civis se deveu em grande parte a uma redução significativa (76%) das vítimas civis por ataques suicidas", afirmou a missão da ONU.

Durante o primeiro trimestre do ano ocorreram quatro ataques suicidas que deixaram 178 vítimas civis, muito menos que as 751 mortes causadas pelos 19 ataques cometidos no mesmo período de 2018.

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