A Justiça da Alemanha condenou, nesta quinta-feira (28), o neonazista Stephan Ernst à prisão perpétua pelo assassinato do político conservador Walter Lübcke com um tiro na cabeça em junho de 2019 e após ter sido ameaçado por defender a recepção de refugiados.
O Tribunal Regional de Frankfurt o considerou culpado, no mais alto grau, pelo assassinato do político local, membro da União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão), partido da chanceler Angela Merkel.
A pena máxima significa que ele não pode contar com a revisão dessa sentença ou com sua comutação para liberdade condicional após 15 anos, como seria habitual no país.
Outro réu, Markus H., a quem o Ministério Público acusou de cumplicidade, foi condenado a uma pena inferior a um ano e seis meses de liberdade condicional sob a acusação de violação da lei de armas, por ter fornecido a Ernst a pistola utilizada para matar o político.
O julgamento de Ernst, de 47 anos, foi realizado sob fortes medidas de segurança devido à gravidade do caso, ao qual foram acrescentadas as restrições por conta da pandemia.
A viúva do político, juntamente com seus dois filhos, procurava uma sentença mais elevada por cumplicidade contra Markus H.
Durante o julgamento, Ernst expressou seu remorso pelo assassinato, ocorrido na noite de 1º de junho de 2019, após surpreender Lübcke no terraço de sua casa e matá-lo com um tiro na cabeça. No entanto, ele ofereceu até três versões diferentes do que aconteceu, uma vez que passou a acusar diretamente Markus H. para sustentar que ele cometeu o crime sozinho.
Além da morte de Lübcke, Stephan Ernst foi acusado de tentativa de homicídio de um refugiado sírio, a quem feriu gravemente com uma faca em 2016.