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'Ameaça imediata': entenda o que são armas de fragmentação e por que elas são tão perigosas

Munição que será oferecida pelos Estados Unidos à Ucrânia tem como objetivo dispersar vários outros projéteis menores

Internacional|Do R7

Animação criada pela agência de notícias AFP mostra como funcionam armas de fragmentação
Animação criada pela agência de notícias AFP mostra como funcionam armas de fragmentação

A Casa Branca anunciou na sexta-feira (7) que os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia armas de fragmentação, também conhecidas como clusters. O presidente Joe Biden aprovou o fornecimento da munição "após uma recomendação unânime", informou à imprensa o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

Segundo a agência de notícias AFP, armas de fragmentação recebem este nome pois dispersam vários outros projéteis menores (assista ao vídeo abaixo), concebidos para explodirem antes, durante ou depois do impacto. Dependendo do tipo de munição utilizada, o número de pequenos projéteis oscila entre poucas dezenas e mais de 600.

No caso das armas de fragmentação fornecidas pelos Estados Unidos à Ucrânia, essas munições têm 155 milímetros, de acordo com o jornal americano The New York Times, e podem voar por cerca de 32 quilômetros antes de se abrir no ar e liberar 72 pequenos projéteis. Eles normalmente explodem com o impacto ao longo do perímetro de uma área oval maior que um campo de futebol.

A Human Rights Watch, ONG fundadora da Coligação Contra as Bombas de Fragmentação (CMC, na sigla em inglês), alerta que armas de fragmentação representam uma "ameaça imediata" para os civis durante o conflito, uma vez que "espalham aleatoriamente submunições ou bombas em uma ampla área".


A ONG explica que esse tipo de munição "continua a representar uma ameaça pós-conflito, deixando restos, incluindo submunições que não explodem no impacto, tornando-se minas terrestres de fato".

A Convenção de 2008 sobre Munições Cluster, tratado internacional de desarmamento com implicações humanitárias, proibiu o uso, produção, transferência e armazenamento de armas de fragmentação. O acordo também requer a destruição de estoques, limpeza de áreas contaminadas por remanescentes e assistência às vítimas.


Mais de 120 países aderiram à Convenção sobre Munições Cluster e estão trabalhando para implementar suas disposições. Nem os Estados Unidos, nem o Brasil, estão entre eles.

O anúncio da Casa Branca faz parte de um novo pacote de ajuda militar de US$ 800 milhões (R$ 3,9 bilhões) para a Ucrânia, que eleva a mais de US$ 41 bilhões (R$ 200 bilhões) o total desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Além das munições de fragmentação, os Estados Unidos vão fornecer veículos blindados, munição de artilharia, armas antitanque e outros equipamentos.


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Após ser duramente criticado por ONGs como a Human Rights Watch, o assessor da Casa Branca, Jake Sullivan, justificou longamente a decisão, afirmando que esse tipo de munição é crucial nesta guerra e que a Rússia tem feito uso da artilharia desde o início.

Na realidade, tanto russos quanto ucranianos vêm utilizando armas de fragmentação há bastante tempo. Em março de 2022, um mês depois do início da guerra, o New York Times relatou o primeiro emprego desse tipo de munição por tropas ucranianas, durante uma invasão perto da fazenda Husarivka.

Mais recentemente, as forças ucranianas começaram a usar armas de fragmentação fornecidas pela Turquia. Autoridades do país vinham pressionando os Estados Unidos a fornecer clusters à Ucrânia, argumentando que elas dariam mais força para as munições e foguetes fornecidos pelo Ocidente.

As armas de fragmentação têm sido utilizadas desde a Segunda Guerra Mundial e em mais de 30 conflitos desde então, segundo a Coalizão de Munições de Fragmentação. Os Estados Unidos fizeram emprego de clusters pela última vez entre os anos de 2003 e 2006, em meio à guerra contra o Iraque.

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