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América Latina é a região com mais mortes de jornalistas; Brasil aparece em 3º na lista local

México liderou levantamento com 13 assassinatos, apenas dois a menos que a Ucrânia, que está em guerra desde fevereiro de 2022

Internacional|

Manifestantes colaram fotos de jornalistas mortos na porta da Procuradoria-Geral do México
Manifestantes colaram fotos de jornalistas mortos na porta da Procuradoria-Geral do México Manifestantes colaram fotos de jornalistas mortos na porta da Procuradoria-Geral do México

Um relatório publicado pelo CPJ (Comitê de Proteção dos Jornalistas) nesta terça-feira (24) mostrou que a América Latina, com destaque negativo para o México, foi a região mais mortífera do mundo para jornalistas no ano passado.

Apenas a Ucrânia, com 15 jornalistas mortos, supera o México (13), seguido pelo Haiti, onde foram assassinados sete jornalistas. Brasil, Colômbia e Honduras ficaram empatados no terceiro lugar, com dois profissionais da imprensa executados em 2022.

Ao todo, 30 jornalistas latino-americanos morreram violentamente no último ano, o que corresponde a quase metade dos 67 que morreram em todo o mundo.

Por sua vez, essas 67 mortes violentas representam um aumento de 50% em relação ao ano anterior, e o número mais elevado desde 2018, algo que "assinala um declínio acentuado na liberdade de imprensa", disse a presidente do CPJ, Jodie Ginsberg, na declaração de divulgação do relatório.

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"Cobrir a política, o crime e a corrupção pode ser tanto ou mais mortífero que cobrir uma guerra em grande escala", refletiu Ginsberg, comparando as mortes na Ucrânia com as de todo o mundo.

Enquanto os 67 casos registrados são de mortes violentas, o CPJ diz estar ciente de que 41 desses profissionais morreram "em ligação direta com o trabalho", enquanto o motivo para as outras 26 mortes está sendo investigado.

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Um detalhe importante é que a maioria das vítimas trabalhou para a imprensa local cobrindo notícias das próprias comunidades. Este foi o caso mais claro nas Filipinas, onde quatro jornalistas de estações de rádio locais foram mortos.

Mas não se trata apenas de mortes violentas: "Os governos (em todo o mundo) continuam prendendo um número recorde de jornalistas e não conseguem enfrentar a espiral de violência e cultura da impunidade", argumentou.

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Recorde de mortos

As 13 mortes documentadas no México são o número mais elevado do país em um único ano. Três delas ocorreram após ameaças "pela sua cobertura do crime e da política". Das outras dez, as causas estão sendo investigadas, mas podem nunca ser descobertas "em um país caracterizado pela violência e pela impunidade".

Existem leis e instituições no México que, em teoria, protegem especificamente os jornalistas, mas que, segundo o relatório, "provaram ser ineficazes em manter os jornalistas a salvo", citando o caso de Maria Guadalupe Lourdes Maldonado, que foi morta a tiro em um carro em Tijuana apesar de estar sob um mecanismo de proteção de Baja California.

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No Haiti, as mortes de sete repórteres não podem ser imputadas unicamente à violência de grupos armados. Pelo menos dois foram mortos por agentes da ordem, segundo o CPJ.

Brasil, Chile e Colômbia também são citados como casos comprovados de assassinatos intencionais de jornalistas, com destaque para o caso do colombiano Rafael Emiro Moreno Garavito, que foi morto em um restaurante após o jornal independente Voces de Córdoba ter denunciado o tráfico de drogas e a corrupção política.

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