América Latina: falta de vacinas ameaça recuperação econômica
Região de cerca de 660 milhões de habitantes responde por quase 30% das 3,2 milhões de mortes por covid-19 em todo o mundo
Internacional|Do R7
Os países latino-americanos, atingidos duramente pela pandemia de coronavírus, enfrentam dificuldades para conseguir vacinarem suas populações, uma ameaça à recuperação econômica frágil da região no momento em que lockdowns são endurecidos para combater uma disparada perigosa de infecções e um número crescente de mortes.
A região de cerca de 660 milhões de habitantes responde por quase 30% das 3,2 milhões de mortes por covid-19 em todo o mundo até agora, apesar de abrigar somente 8% da população mundial.
Mesmo que regiões como África e Ásia também estejam atrás da Europa e da América do Norte no quesito vacinações, especialistas de saúde dizem que a necessidade de imunizantes na América Latina é urgente.
A falta de doses se deve a alguns fatores: países de alta renda obtiveram a maioria das vacinas disponíveis; autoridades latino-americanas citam dificuldades para fechar acordos para suas próprias populações.
Um plano para fabricar a vacina da Oxford em alguns países sofre com atrasos; e fornecedores, como a Rússia, enfrentam seus próprios percalços.
Enquanto isso, o consórcio global Covax, concebido para distribuir vacinas a países mais pobres, é prejudicado por problemas de produção, falta de apoio de nações ricas e uma decisão recente da Índia, a maior fabricante de vacinas do planeta, de limitar as exportações.
Como a distribuição de vacinas está abaixo de planos antes ambiciosos, os casos de coronavírus disparam. Unidades de tratamento intensivo, que vão da Argentina à Colômbia, estão cheias e a quantidade de óbitos atinge recordes.
"Existe uma grande sensação de desamparo", disse Elkin Gallego, cuja esposa esperava um leito de UTI na capital colombiana Bogotá, onde as autoridades de saúde dizem que os suprimentos de vacina estão acabando. "Como humano, você não consegue fazer nada."
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou neste mês que a distribuição lenta de vacinas e o ressurgimento de casos "ofuscam" as perspectivas de recuperação econômica de curto prazo da América Latina.
Líderes regionais pressionaram para conseguir mais vacinas em uma cúpula ibero-americana da semana passada, e a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, disse que a carência regional representa uma ameaça global.
No Brasil, o maior país da região e um epicentro global do vírus, o governo passa apuros para conseguir doses suficientes e está vacinando na metade da velocidade que previu inicialmente.
Com avanço da vacinação, Europa inicia afrouxamento de restrições
A diminuição das medidas restritivas no território francês visando um retorno à normalidade começa na segunda-feira (26) de forma gradual e envolverá a reabertura de escolas e atividades não essenciais, incluindo bares e teatros. Ao mesmo tempo, as re...
A diminuição das medidas restritivas no território francês visando um retorno à normalidade começa na segunda-feira (26) de forma gradual e envolverá a reabertura de escolas e atividades não essenciais, incluindo bares e teatros. Ao mesmo tempo, as regras para a entrada de passageiros procedentes de Brasil, Chile, Argentina, África do Sul e Índia foram aumentadas, o que tem causado longas filas e maior tempo de espera nos aeroportos mais movimentados. Uma quarentena mais severa também foi estabelecida para os passageiros desses países e, em caso de descumprimento, eles podem ser multados em até 1.600 euros