Análise: queda do tarifaço americano é uma vitória para o Brasil, mas ainda há pontos a resolver
Medida anunciada por Trump mencionou negociações com Brasília e foi celebrada pelos setores contemplados
Internacional|Do R7
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou, nesta quinta-feira (20), a redução da sobretaxa de 40% aplicada a diversos produtos agrícolas brasileiros enviados ao país, como a carne bovina e o café. Apesar de não abraçar todos os setores atingidos pela medida de agosto deste ano, a decisão já foi vista com otimismo para futuras negociações e gera um alívio para os setores contemplados pela redução.
Um exemplo foi o da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), que comemorou a redução. Em nota divulgada, a instituição declarou que a reversão das taxas mantém condições equilibradas para os países envolvidos e destacou a efetividade das negociações do governo.

Além das ações de Brasília, citadas por Trump no decreto, a inferência da indústria brasileira e do público interno americano estão por trás do resultado obtido, destaca Denilde Holzhacker, professora de relações internacionais da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). A professora menciona que a vitória brasileira ainda não é a linha de chegada e que as contrapartes americanas na negociação ainda devem ser anunciadas, como a questão das terras raras.
Na linha de entender as motivações por trás do anúncio feito por Trump, a professora menciona que o presidente também assumiu uma postura pragmática, em meio à busca por mais apoio popular para as eleições no meio de 2026, que podem reforçar o poder do governo nas duas casas representativas do país.
Já do lado brasileiro, a professora cita que as negociações por Brasília tendem a levar mais tempo por conta da política diplomática, que sempre busca acordos no estilo “ganha-ganha”, prática que, geralmente, não é adotada por Washington. Além disso, ela pontua que o país tende a ser mais receoso com negociações bilaterais mais amplas com os americanos por esses motivos, apesar de interesse em comum.
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“Então acho que a fala do presidente Lula de que não se toma decisão em um momento de alta crise é parte também dessa estratégia da diplomacia brasileira de diminuir a temperatura, tentar encontrar pontos incomuns e interesses conjuntos para, sim, ter um acordo que seja mais equilibrado para todas as partes”, conclui.
Combate à expansão chinesa

Ainda em sua fala, Denilde analisa a movimentação americana de rever as negociações com diversos países como um meio de investir nesses parceiros, mas também na entrada de capitais estrangeiros e incentivos ao próprio cenário interno. Ela ainda destaca que Washington busca estabelecer uma imagem mais predominante globalmente para frear a expansão chinesa nas relações comerciais e a dominância pelos metais raros.
“Mesmo a disputa entre China e Estados Unidos também está em outro patamar do que a gente viu ao longo dos últimos meses. A gente está vendo também um processo de negociação porque os impactos internos para os americanos e os impactos também para os chineses é bastante alto. Então há também o entendimento de que a forma como estava sendo feita de embate entre os dois países não estava gerando benefícios para nenhum deles”, comenta a internacionalista em entrevista ao Jornal da Record News desta quinta.
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