Análise: Rússia não sente pressão dos EUA e não tem pressa de negociar paz na Ucrânia
Segundo pesquisadora, russos preferem esperar para ter mais poder de barganha; enquanto isso, enviados de Trump encontram negociador ucraniano
Internacional|Do R7
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Os enviados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem se reunir com o negociador ucraniano nesta quinta-feira (4) para discutir a paz no leste europeu. Segundo a pesquisadora de política russa Giovana Branco, em entrevista ao Conexão Record News, o retorno das negociações já era esperado, visto que os pontos levantados por Trump tinham “bastante adequação” aos interesses russos.
“Porém, um acordo de paz mais concreto não era esperado de nenhuma forma”, afirma. Branco acredita que ainda há muito a ser discutido em razão do desequilíbrio para o lado da Rússia. Para ela, também não existe motivação para o Kremlin acelerar o processo de negociação.

“Nesses últimos dias o exército russo conquistou mais territórios na Ucrânia e isso faz com que eles tenham ainda maior poder de barganha, maior poder de negociação. Agora resta saber qual vai ser a nova posição dos ucranianos frente a essas negociações”, pontua a especialista.
Steve Witkoff e Jared Kushner já voltaram de Moscou e vão receber Rustem Umerov, negociador ucraniano, no estado da Flórida. Antes da viagem, o funcionário do governo da Ucrânia participou de conversas com representantes da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica.
Sobre a repercussão interna das tentativas de acordo, Branco avalia que os pontos de Trump foram “bastante bem recebidos” pelos russos. “Ainda assim, existe uma observação entre os russos de que não há por que ter pressa. É melhor você esperar um pouco mais e ter maior poder de barganha do que fazer um acordo ruim.”
Pela vantagem nas discussões, a Rússia não se vê pressionada pelos Estados Unidos, argumenta ela. A pesquisadora ainda destaca a visão distinta da que se tem no Ocidente, onde o entendimento geral é de que os norte-americanos lideram o processo de negociação. “Lá, na verdade, é apenas uma conversa que volta a ser iniciada”, conclui.
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