Análise: uso de ativos russos pela Ucrânia ‘seria inédito na história pós-Segunda Guerra Mundial’
União Europeia está prestes a congelar indefinidamente bens do Banco Central russo mantidos na Europa
Internacional|Do R7
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A União Europeia está prestes a congelar indefinidamente os ativos do Banco Central russo mantidos na Europa. O plano é aprovar, por maioria qualificada, 210 bilhões de euros (R$ 1,3 trilhão, na cotação atual) em ativos soberanos russos durante o tempo que for necessário, até que deixe de existir uma ameaça imediata aos interesses econômicos da União Europeia.
A maioria qualificada significa o apoio de pelo menos 15 dos 27 estados-membros do bloco. Isso elimina o risco de Hungria e Eslováquia, que mantêm laços com Moscou, recusarem o congelamento.

Com o congelamento, o bloco europeu pretende usar o dinheiro russo para conceder um empréstimo de 165 bilhões de euros (cerca de R$ 1 trilhão, na cotação atual) à Ucrânia para cobrir as necessidades orçamentárias militares e civis até 2027. O Banco Central da Rússia anunciou que vai entrar com uma ação judicial contra o grupo financeiro que mantém os ativos de Moscou congelados alegando “ações ilegais” da instituição.
“Esse processo de congelamento dos ativos russos, mas principalmente de usar esse dinheiro para benefício da Ucrânia, seria inédito na história pós-Segunda Guerra Mundial”, afirma Giovana Branco, doutoranda de ciência política e pesquisadora de política russa, em entrevista ao Conexão Record News desta sexta-feira (12).
Segundo ela, desde que o sistema financeiro foi criado, não existe nenhum histórico de usar o dinheiro de um país que a princípio cometeu uma agressão contra o país agredido. “Isso coloca uma série de questionamentos sobre a validade do sistema e também do direito internacional”, completa Giovana.
“No fundo, a Rússia tem sido um ótimo estudo de caso para a gente entender como que a União Europeia, principalmente, começa a agir caso exista alguma coisa muito contrária aos seus próprios interesses. Pode ser que ela aja contra as suas próprias instituições e as leis que ela mesma criou para benefício de outra nação”, diz.
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