‘Angústia’: pai descobre que filha não morreu e está em cativeiro em Gaza
Se não for resgatada nos próximos dias, Emily Hand vai passar seu nono aniversário em um túnel subterrâneo na Faixa de Gaza
Internacional|Do R7
Thomas Hand trocou o alívio por pensamentos angustiantes. A princípio, ele imaginava que a filha, Emily, tinha morrido de forma rápida e indolor, depois que ela desapareceu durante o ataque-surpresa do Hamas, em 7 de outubro. Cerca de um mês depois, o homem descobriu que, na realidade, a filha é uma das cerca de 240 pessoas mantidas reféns pelo grupo terrorista palestino. Se não for resgatada nos próximos dias, Emily vai passar seu nono aniversário em um túnel subterrâneo na Faixa de Gaza.
Emily estava dormindo na casa de uma amiga em Be'eri, um dos kibutzim ao redor de Gaza que foram alvo do ataque, que começou no início da manhã e terminou horas depois. Segundo uma recontagem de Israel, 1.200 pessoas foram mortas na ofensiva terrorista, no dia mais mortal dos seus 75 anos de história.
"Chegaram informações não oficiais de que ela foi encontrada morta no kibutz", afirma Hand, que agora vive em um hotel à beira do mar Morto, com outras pessoas retiradas de Be'eri. "Fiquei aliviado. Fiquei aliviado por ela estar morta, e tudo ter acabado, teria sido bem rápido."
Mais de cem pessoas foram mortas em Be'eri em mais de 24 horas. Muitos foram baleados com suas famílias ou encontrados mortos com as mãos amarradas. Equipes de resgate disseram que alguns foram queimados vivos. Hand estava em casa, e os homens armados nunca chegaram à sua casa.
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"Você tenta imaginar o melhor. Você espera que [a morte] tenha sido rápida", diz Hand. "Pensamento louco para um pai dizer, mas, sim, foi um alívio pensar que ela não estava em Gaza."
Imigrante irlandês, de 64 anos, que veio para Be'eri, em 1992, como um voluntário, aos 32 anos, Hand trabalhou como impressor no kibutz onde conheceu a mãe de Emily, Liat.
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Liat morreu quando Emily tinha apenas 2 anos e meio de idade, mas a família permaneceu no kibutz onde a primeira esposa de Hand, Narkis, também morava. Ela foi morta em 7 de outubro.
Durante semanas, Hand acreditou que Emily também havia morrido no ataque, antes de ser informado pelo Exército que seu corpo não havia sido encontrado. Então ele soube que ela havia sido sequestrada e provavelmente era mantida em uma rede de túneis construídos pelo Hamas.
"Então agora eu sei que ela está em Gaza e está viva. Ela vai completar 9 anos nos túneis", lamenta Hand. "Ela nem saberá que é aniversário dela. Ela não terá ideia de noite, dia nem hora."
"Não haverá festa de aniversário, nem bolo de aniversário, nem amigos por perto. Mas você sabe, sim. Agora esperamos, agora oramos."
Desde o ataque de 7 de outubro, Israel tem atacado a Faixa de Gaza em uma campanha de bombardeios que as autoridades de Gaza dizem ter matado mais de 11 mil pessoas e uma operação terrestre para destruir o Hamas. O governo e as forças militares prometeram trazer de volta o maior número possível de reféns.
Agora que Hand descobriu que Emily está viva, ele disse que foi forçado a uma mudança mental completa para pensar: “Ok, vamos recuperá-la, vamos recuperá-la. Recuperar todos".
“Vou me certificar de levá-la ao próximo show da Beyoncé. Levá-la para a Disney World, vou gastar todo o meu dinheiro, cada centavo que tenho para dar a ela diversão para compensar tudo o que ela perdeu e tudo o que ela está passando", disse ele, lutando contra as lágrimas. "Vou dar o mundo a ela."