Ao menos 12 mortos no Iraque após anúncio de retirada política do líder xiita Sadr
Apesar do toque de recolher decretado em Bagdá, sadristas invadiram o Palácio da República; outras 22 pessoas ficaram feridas
Internacional|Do R7
Pelo menos 12 manifestantes morreram nesta segunda-feira (29) em Bagdá, capital do Iraque, depois que o líder xiita Moqtada Sadr anunciou inesperadamente sua "retirada definitiva" da política.
O Iraque está imerso em uma crise política desde as eleições legislativas de outubro de 2021.
A situação se agravou nesta segunda (29) na capital, onde, após o anúncio de Sadr, um dos principais atores da política iraquiana, centenas de sadristas invadiram o Palácio da República, na chamada Zona Verde de Bagdá, destacaram jornalistas da AFP.
Dentro, os manifestantes descansavam em sofás em uma sala de reuniões, alguns agitavam bandeiras iraquianas e tiravam fotos, enquanto outros se refrescavam em uma piscina no jardim, segundo um fotógrafo da AFP.
Apesar do toque de recolher decretado pelo Exército em Bagdá e em todo o Iraque, o caos continua na capital.
Nas entradas da Zona Verde, ouviram-se tiros entre, segundo testemunhas, sadristas e partidários do Quadro de Coordenação, grupo político pró-iraniano contrário a Sadr.
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Dois apoiadores de Sadr morreram e 22 ficaram feridos, disseram fontes médicas.
A missão da ONU no Iraque, sediada na Zona Verde, pediu aos manifestantes "contenção máxima".
Desde as eleições legislativas de outubro de 2021, o Iraque vive em um bloqueio político, que deixou o país sem novo governo, primeiro-ministro ou presidente, devido ao desacordo entre as facções para formar uma coalizão.