Apoio a presidente chileno Piñera despenca após onda de protestos
Popularidade caiu a 14% o menor nível de aprovação para um presidente chileno desde a volta da democracia, em 1990. Recorde anterior era 18%
Internacional|Do R7
O apoio ao presidente chileno, Sebastián Piñera, caiu a um mínimo de 14%, segundo pesquisa da empresa Cadem realizada em meio a uma onda de protestos contra o governo e seu modelo econômico, divulgada neste domingo (27).
Trata-se do menor nível de aprovação para um presidente chileno desde a volta da democracia, em 1990. O mínimo anterior, de 18% de aprovação, havia sido registrado em 2016 pela então presidente socialista Michelle Bachelet, de acordo com a Cadem.
A desaprovação do governo de Piñera saltou para 78%, segundo os dados do levantamento, que foram divulgados pelo jornal La Tercera.
Leia também
Para congressistas, manifestações podem sacudir todo sistema político chileno
Após uma semana de protestos intensos, Chile soma 19 mortos
ONU investigará violações de direitos humanos no Chile
Governo do Chile confirma 18 mortes desde o início dos protestos
Piñera pede perdão e anuncia reformas econômicas no Chile
O Chile foi abalado nesta semana pela maior revolta social desde o fim da ditadura (1973-1990). Nos protestos, a multidão pede a implantação de um modelo econômico mais justo, a ampliação do acesso a serviços de saúde e uma educação pública de qualidade.
Os manifestantes também pedem a renúncia de Piñera e de seu ministro do Interior, Andrés Chadwick, que são questionados por terem decretado um estado de emergência que entregou a segurança pública nas mãos dos militares. A capital Santiago ficou uma semana sob toque de recolher.
Os protestos resultaram em ao menos 17 mortes, e 6 mil pessoas foram presas, de acordo com o Ministério Público chileno, que investiga denúncias sobre o uso excessivo da força na repressão aos manifestantes. Uma missão de direitos humanos da ONU deve visitar o Chile nesta semana para averiguar as denúncias.
Os resultados da pesquisa, realizada entre quarta e quinta-feira deste semana, antes de uma passeata na sexta que levou mais de 1 milhão de pessoas às ruas, foram divulgados enquanto se aguarda que Piñera nomeie um novo gabinete ministerial após ter pedido, no sábado, a renúncia de todos os seus ministros.
Antes de anunciar a saída de seus ministros, Piñera havia recuado de uma alta nas tarifas do metrô de Santiago e proposto um pacote de medidas, na tentativa de apaziguar os ânimos, entre as quais um aumento nas aposentadoria e no salário mínimo e a melhoria no acesso a saúde.