Delegação de Israel no aeroporto de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes
Ministério dos Assuntos Presidenciais / WAM / Handout via REUTERSApós assinar um acordo de normalização das relações diplomáticas, partiu nesta segunda-feira (31) do aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, o primeiro voo comercial entre Israel e os Emirados Árabes Unidos (EAU).
A bordo, estavam membros do governo israelense e dos Estados Unidos, que intermediaram o pacto entre as duas nações. Segundo o genro de Donald Trump e assessor sênior para assuntos internacionais, Jared Kushner, essa é uma "viagem histórica" para o Oriente Médio.
O comandante do voo, Tal Becker, lembrou que essa será a primeira vez que uma aeronave registrada em Israel "sobrevoará a Arábia Saudita" e que "todos estamos empolgados e esperamos que mais voos históricos nos levem a outras capitais da região, fazendo-nos avançar todos a um futuro mais próspero".
Além do governo de Abu Dhabi, apenas Jordânia e Egito têm suas relações diplomáticas estabelecidas com Israel. Até por conta disso, o acordo assinado em 13 de agosto foi considerado uma "traição" dos EAU à causa palestina e gerou críticas de todos os demais países da região.
O avião, um Boeing 737 da companhia aérea El Al, teve um desenho especial para a viagem, com a palavra "Paz" escrita em três idiomas.
Primeiro-ministro da Palestina, Mohammad Shtayyeh lamentou o acordo
ABBAS MOMANI/ EPA / EFE / 09.06.2020O primeiro-ministro da Palestina, Mohammad Shtayyeh, lamentou nesta segunda-feira o primeiro voo comercial entre Israel e Emirados Árabes. "É doloroso ver um avião israelense aterrissar nos Emirados Árabes. Uma clara violação à postura árabe sobre o conflito palestino-israelense", declarou o premiê na reunião de gabinete, segundo a agência oficial de notíficas palestina, "Wafa".
"Gostaríamos muito de ver um voo dos Emirados Árabes aterrissar em Jerusalém após a sua libertação", acrescentou, ao se referir à parte oriental ocupada da cidade, que os palestinos reivindicam como capital de seu futuro Estado.
O movimento islâmico Hamas, que governa Gaza, também reagiu à visita israelense aos Emirados Árabes, a qual classificou como "uma facada nas costas do povo palestino".
A aproximação entre Israel e Emirados Árabes tem sido condenada com veemência pelas autoridades palestinas, que consideram o ato uma "traição" por romper com o consenso árabe de não se relacionar com Israel enquanto a ocupação não acabar e não haver um acordo de paz com os palestinos.
Os Emirados Árabes são o terceiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel, após Egito (1979) e Jordânia (1994).