O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou no último sábado (23) os jogadores da NFL (National Football League, a maior liga de futebol americano do mundo) que se ajoelham durante a execução do hino nacional. No ano passado, em meio a protestos contra a morte de negros inocentes por policiais norte-americanos, alguns jogadores da Liga começaram a se ajoelhar como forma de manifestação.
Trump afirmou que os atletas que fizessem esse tipo de protesto "deveriam ser demitidos" porque isso é "uma falta de respeito total com a nossa história nacional e com tudo que defendemos". Ao falar sobre o caso, ele afirmou que os donos das franquias deveriam demitir os atletas que se manifestassem.
Em resposta, o comissário da NFL, Roger Goodell, disse que "o presidente mostra uma total falta de respeito para os nossos campeões e sobre as ideias dos outros". Já o dono da franquia do New England Patriots, vencedor do último Superbowl, Robert Kraft, afirmou que estava "profundamente decepcionado" com Trump — de quem foi um dos maiores apoiadores durante a campanha eleitoral.
— Nossos jogadores são inteligentes, racionais e se preocupam profundamente com a nossa comunidade. Eu apoio o direito deles causarem pacificamente uma mudança social.
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Em um artigo publicado na revista "Sports Illustrated", a NFL emitiu uma nota oficial em que afirma que a entidade e "nossos jogadores estão melhores quando ajudamos a criar um senso de unidade em nosso país e nossa cultura".
— Não há exemplo melhor do que a extraordinária resposta dos nossos times e atletas aos terríveis acidentes naturais que esperamos no último mês. Comentários segregadores como esses demonstram uma infeliz falta de respeito com a NFL, nosso grande esporte e todos os nossos jogadores, e uma falha ao entender a esmagadora força do bem que nossos times e atletas representam em nossa comunidade.
Neste domingo (24), como forma de protestar contra o mandatário, todos os jogadores do Jacksonville Jaguar e do Baltimore Ravens se ajoelharam durante o hino nacional. Atrás deles, os técnicos, comissão e donos de equipes colocaram a mão em seus ombros em sinal de apoio.
No entanto, Trump não esmoreceu e pediu um "boicote" aos jogos da NFL por meio de sua conta no Twitter.
— Se os torcedores da NFL rejeitarem ir às partidas enquanto os jogadores não respeitarem nossa bandeira e o nosso país, veremos rápidas mudanças. Demissão ou suspensão.
Basquete
No fim de semana, Trump também retirou o convite para a visita do time de basquete Golden State Warriors à Casa Branca, como é tradicional com os times campeões da NBS. Isso porque o astro da equipe, e aquele que é apontado como o melhor jogador em atividade na competição, Stephen Curry, afirmou que não desejava ir ao encontro do republicano. "Eu não quero ir. É tipo o núcleo das minhas crenças. Mesmo se fosse, esta seria uma conversa bastante curta. Nós não defendemos basicamente o que o nosso presidente defende, as coisas que ele disse e as coisas que ele não disse nos momentos certos", afirmou Curry ao longo da última semana
Em resposta, Trump afirmou que "como Curry estava hesitando em visitar a Casa Branca, o convite foi retirado". Em nota oficial, o Golden State Warriors se pronunciou.
— Enquanto nós pretendíamos como time ter a primeira oportunidade para discutir uma potencial visita à Casa Branca, nós aceitamos que o presidente Trump deixou claro que nós não estamos convidados. Nós acreditamos que não há nada mais americano do que nossos cidadãos terem o direito de se expressar livremente sobre o que realmente é importante para eles. Nós estamos desapontados por não poder compartilhar nossas visões ou abrir um diálogo sobre os problemas que impactam nossas comunidades e que nós acreditamos importantes.