Após ofensiva policial no Egito, islamitas tomam às ruas do país em protesto
As autoridades egípcias iniciaram operações para desmantelar os acampamentos islamitas
Internacional|Do R7
As autoridades egípcias iniciaram nesta quarta-feira (14) as operações para desmantelar os acampamentos islamitas, uma ação que, segundo a Irmandade Muçulmana, já deixou pelo menos 200 mortos e milhares de feridos. O Ministério da Saúde do Egito, até o momento, confirmou apenas seis mortes e 26 feridos.
Seguidores da Irmandade Muçulmana tomam às ruas em diferentes regiões do Egito para protestar contra o ataque policial aos acampamentos dos islamitas no Cairo, uma operação que teria causado ao menos seis mortes, segundo o ministério de Saúde, e mais de 200, de acordo com a formação ligada ao deposto presidente Mohammed Mursi.
Polícia usa gás lacrimogêneo contra protesto de partidários de Mursi no Cairo
Segundo a televisão estatal, os protestos se desenvolvem em Alexandria (norte), Assuã (sul) e em diversas regiões da capital. No Cairo, dezenas de manifestantes se concentram na praça de Mustafa Mahmoud, no distrito de Mohandesin. No local, os manifestantes bloqueiam ruas com barricadas de tijolos e pneus, alguns incinerados.
Uma fonte dos serviços de segurança relatou à Agência Efe que simpatizantes da Irmandade se concentraram em frente à mesquita de Al Nour, no bairro de Abassiya, de onde pretender sair em direção à praça de Rabea al Aduiya, onde se encontra um dos acampamentos, já que o situado na praça de Al Nahda já está sob controle das forças de segurança.
A televisão estatal também informou sobre uma concentração de manifestantes na região de Ramsés, situada no centro do Cairo e próxima a Rabea al Adauiya.
Em Assuã, centenas de islamitas se concentram em frente ao edifício do governo, que, por medidas de segurança, foi rapidamente evacuado. Já em Alexandria, os partidários de Mursi cortaram o tráfego do passeio marítimo e se encontram próximo à mesquita de Al Qaed Ibrahim.
Revolta
Partidários do presidente islamita Mohamed Mursi, deposto pelo exército em 3 de julho, incendiaram uma igreja copta em Sohaf, no centro do Egito, em represália pela retirada de seus acampamentos no Cairo em uma ação das forças de segurança, informou a agência oficial Mena.
Os agentes assumiram o controle da praça de Al Nahda, no distrito de Giza, no Cairo, onde os seguidores de Mursi estavam acampados há vários dias, apontou à Efe uma fonte dos serviços de segurança. Por outro lado, a fonte ressaltou que na praça de Rabea Al Aduiya simpatizantes da Irmandade Muçulmana subiram no telhado da mesquita situada neste lugar.
Os islamistas atiraram coquetéis molotov contra a igreja Mar Gergiss, situada na área da diocese desta cidade que tem uma importante comunidade cristã ortodoxa copta, segundo a agência.
Segundo a fonte, há um intenso tiroteio na região, já que há registros de pessoas que estão efetuando disparos desde os terraços de edifícios próximos. A televisão egípcia destacou que um oficial da polícia foi sequestrado pelos manifestantes nesse mesmo local.
Os coptas, que representam entre 6% e 10% da população egípcia, tiveram uma participação ativa no movimento popular que provocou a derrubada de Mursi pelo exército.
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