Apresentador russo é demitido depois de pedir que crianças ucranianas sejam 'queimadas'
Anton Krasovski se desculpou mais tarde e disse estar 'verdadeiramente envergonhado' por suas palavras
Internacional|Do R7
Um apresentador da rede de televisão RT na Rússia, Anton Krasovski, foi demitido de suas funções por ter incitado, neste fim de semana, a "queimar" crianças ucranianas que consideravam Moscou um ocupante na época da URSS.
Krasovski, de 47 anos, pediu para "jogar" essas crianças "diretamente em um rio com uma correnteza forte" ou "queimá-las em uma cabana".
O apresentador respondia a uma anedota de um convidado em seu estúdio que falou sobre sua viagem à Ucrânia na época da URSS, na década de 1980, e a sensação de "sofrer com a ocupação russa" que alguns jovens ucranianos citaram.
A chefe da RT na Rússia, Margarita Simonian, condenou rapidamente essas palavras na madrugada de domingo para segunda-feira (24), considerando-as "selvagens" e "asquerosas". "Por enquanto, encerro a nossa colaboração", afirmou em comunicado no Telegram.
Nesta segunda-feira pela manhã, ela disse que queria "alertar quem incentiva atrocidades". "Não podemos fazer isso", afirmou.
Krasovski pediu desculpa nas redes sociais e disse que estava "verdadeiramente envergonhado". E acrescentou: "Peço desculpa a todos aqueles que ficaram apavorados com isso" e que consideraram essas palavras "selvagens, impensáveis".
O Comitê de Investigação russo, encarregado das principais averiguações no país, avisou nesta segunda-feira que exigiu "um relatório" sobre o incidente, depois que um telespectador fez uma denúncia.
O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, pediu no domingo no Twitter a "proibição da RT no mundo" e descreveu as palavras de Krasovski como uma "incitação agressiva ao genocídio (...), que não tem nada a ver com a liberdade de expressão".
Não é a primeira vez que Anton Krasovski ataca verbalmente os ucranianos desde o início da ofensiva russa, em fevereiro. No fim de março, ele disse em um vídeo do YouTube que queria "destruir sua Constituição", e afirmou também que a Ucrânia "não deveria existir".