Argentina vai processar Marinha por submarino que afundou
A Justiça determinou que seis comandantes da Marinha sejam processados e recusou uma investigação contra o ex-presidente Mauricio Macri
Internacional|Da EFE
A Justiça da Argentina determinou que seis comandantes da Marinha sejam processados e recusou uma investigação contra o ex-presidente do país Mauricio Macri pelo acidente com o submarino ARA San Juan, que afundou com 44 pessoas a bordo em novembro de 2017.
A decisão da juíza federal Olivia Marta Yáñez acusou os comandantes da Marinha de não cumprirem com seus deveres como funcionários públicos, omissão e dano culposo agravado pela morte dos tripulantes do submarino, encontrado só um ano depois de seu desaparecimento no Oceano Atlântico.
Sobre Macri, a juíza argumentou que apesar de o presidente da Argentina ser o comandante em chefe das Forças Armadas, o cargo não é de "natureza técnico-militar" e que ele não tinha a obrigação de exercer funções operativas relacionadas ao caso, que eram delegadas a funcionários de menor escalão capacitados. Yáñez usou os mesmos argumentos para excluir o ex-ministro da Defesa Oscar Aguad da sequência do caso.
O ARA San Juan, fabricado na Alemanha e parte da Marinha da Argentina desde 1985, partiu do porto de Ushuaia no dia 13 de novembro de 2017 depois de uma série de manobras militares para voltar a Mar del Plata.
Leia também
Marinha da Argentina reforça busca por submarino nas profundezas do mar
Marinha argentina vai analisar ruído vindo de região onde submarino desapareceu
Resgatar submarino seria 'disparate', diz ministro argentino
Resgate de submarino argentino seria uma missão quase impossível
Argentina iniciará investigações "para conhecer a verdade" sobre submarino, diz Macri
Na última comunicação, nas primeiras horas de 15 de novembro, a 450 quilômetros do litoral do país, o comandante do submarino informou que houve um princípio de incêndio em um comportamento de baterias por entrada de água na embarcação, um problema que, segundo a Marinha, foi resolvido na ocasião.
Depois de um ano de buscas e muitos protestos dos familiares, a empresa americana Ocean Infinity anunciou a descoberta dos destroços do submarino no dia 16 de novembro.
Além da investigação judicial, o parlamento da Argentina montou uma comissão que determinou que houve "responsabilidades compartilhadas" na cadeia de comando da Marinha.