Argentinos protestam para que menina estuprada possa abortar
A menina está no quinto mês de gravidez e foi internada em um hospital de Tucumán, onde solicitou autorização para abortar
Internacional|Da EFE
O centro de Buenos Aires foi palco nesta segunda-feira (25) de um protesto que exige que uma menina de 11 anos, estuprada pelo companheiro de sua avó, de 65 anos, na província de Tucumán, tenha direito a interromper sua gravidez.
"O motivo do encontro de hoje é exigir que a província de Tucumán aplique o protocolo de interrupção legal da gravidez (ILE) no caso de uma menina de 11 anos que o solicitou explicitamente. Ela foi estuprada pelo companheiro de sua avó", afirmou em entrevista à Efe María Alicia Gutiérrez, integrante da Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito.
A menina está no quinto mês de gravidez e foi internada em um hospital de Tucumán, onde solicitou autorização para abortar.
"Essa menina que recorreu ao sistema público de saúde com sua mãe para solicitar o aborto disse explicitamente que esse era o seu desejo e está internada no hospital de Tucumán. De certa maneira, ela está sequestrada pelo sistema de saúde", denunciou Gutiérrez.
Leia também
A porta-voz da plataforma Juntas à Esquerda, Zele Fierro, disse que o pedido para que o aborto fosse realizado ocorreu há duas semanas.
"Apesar de elas terem pedido a interrupção (da gravidez), eles seguem adiando o procedimento. Faz 15 dias que ele foi pedido. Qualque tipo de demora é uma tortura para ela", afirmou.
O protesto, convocado por várias organizações sociais, ocorreu em frente à Casa de Tucumán em Buenos Aires. As manifestantes pediam que as autoridades aplicassem uma medida prevista na lei desde 1921.
"É responsabilidade do Estado que isso ocorra porque a ILE é de 1921. Para casos de estupros, é permitido legalmente o abordo. Desde 2012 tem que ser feito", ressaltou Fierro.
Elas também pediram a legalização do aborto na Argentina.
"É necessário nos mobilizarmos nesses casos para brigarmos por nossos direitos, pela educação sexual integral para decidir, pelos anticoncepcionais para não abortar e pelo aborto legal, seguro e gratuito para não morrer", concluiu a ativista.