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‘As bombas vão continuar ecoando na cabeça e nas emoções’, diz psicóloga sobre a guerra na Ucrânia

Civis e militares passam por experiências traumáticas e podem causar o Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Internacional|Pablo Marques, do R7

Vivência de uma guerra pode causar Transtorno de Estresses Pós-Traumático em civis e militares
Vivência de uma guerra pode causar Transtorno de Estresses Pós-Traumático em civis e militares Vivência de uma guerra pode causar Transtorno de Estresses Pós-Traumático em civis e militares

Desde o dia 24 de fevereiro, mais de 3,5 milhões de pessoas que viviam na Ucrânia saíram do país para fugir do conflito com a Rússia, além dos mais de 10 milhões de desabrigados que permanecem em território ucraniano. A guerra é uma situação de estresse extremo para todos os envolvidos.

A OMS estima que um em cada quatro ucranianos que cruzaram a fronteira com a Polônia estão abalados mentalmente. O país vizinho foi o destino de pelo menos 2 milhões de refugiados que buscam um recomeço pela Europa e longe dos horrores do combate. 

O TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) pode ser diagnosticado em pessoas que tenham presenciado ou testemunhado experiências traumáticas com ameaça à vida, seja da própria pessoa ou de pessoas próximas.

“Essas pessoas vão precisar de um tempo para processar e organizar emocionalmente tudo o que aconteceu. É muita dor, sofrimento, luto, violência, agressão, sensação de impotência, entre outras experiências dolorosas. Essas bombas vão continuar ecoando na cabeça e nas emoções de muitas pessoas”, diz a psicóloga Fabíola Luciano sobre os refugiados e militares na Ucrânia.

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A experiência de uma guerra pode gerar traumas que são revividos pelas pessoas envolvidas
A experiência de uma guerra pode gerar traumas que são revividos pelas pessoas envolvidas A experiência de uma guerra pode gerar traumas que são revividos pelas pessoas envolvidas

Um dos sintomas desse transtorno é a reexperimentação dos traumas vividos, são pensamentos, memórias e flashbacks que surgem com frequência. A especialista compara com um filme que é assistido várias e várias vezes de forma descontrolada. Por isso, quem é diagnosticado com TEPT tenta evitar situações e pessoas que podem despertar as memórias e as sensações do episódio traumático.

“O problema do TEPT é que o tempo vai passando a pessoa não consegue se distanciar emocionalmente daquela situação e segue sendo afetada pela mesma dor e agonia. Não precisa ir para nenhum lugar, já está dentro dela”, explica Fabíola.

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Além disso, há os sintomas físicos, como taquicardia, transpiração excessiva, alteração de sono e de apetite, alterações de humor e sensação de hipervigilância, quando a pessoa está sempre atenta e alerta.

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A psicóloga pontua que não são todas as pessoas que passaram por uma guerra que vão desenvolver o transtorno, mas todos vão precisar superar de alguma maneira o que foi testemunhado.

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O fato de ter pessoas conhecidas que estão nessa situação de violência ou ter algum laço afetivo com o país atacado, por exemplo, também podem causar o trastorno.

Tratamento

Traumas precisam ser acompanhados por especialistas para ajudar a superar o episódio traumático
Traumas precisam ser acompanhados por especialistas para ajudar a superar o episódio traumático Traumas precisam ser acompanhados por especialistas para ajudar a superar o episódio traumático

O tratamento do TEPT combina a psicologia e a psiquiatria. Segundo Fabíola, o papel do psicólgo é ajudar a diminuir o sofrimento do paciente a partir de uma melhor compreensão do que aconteceu e o que afeta o emocional.

“Quando falamos de transtornos psicológicos, nós não falamos de cura, mas de controle. Os sintomas estão controlados, a pessoa não apresenta sofrimento em relação a esse diagnóstico e ela consegue viver muito bem, apesar do diagnóstico”, diz Fabíola.

A psicóloga afirma que o acompanhamento de um profissional ajuda a dessensibilizar gradualmente e lentamente a revivência do trauma, mas alerta: "nunca vai deixar de ser doloroso.”

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