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Morte de ao menos 15 em ataque a ambulância reforça pedido de 'pausa humanitária' em Gaza

Medida foi defendida pelo chefe da diplomacia americana, que reforçou a importância de proteger os civis no território palestino

Internacional|Do R7

Pessoas se reúnem ao redor de ambulância atacada
Pessoas se reúnem ao redor de ambulância atacada Pessoas se reúnem ao redor de ambulância atacada

O bombardeio a um comboio de ambulâncias próximo ao Hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, que deixou pelo menos 15 mortos, fortalece o pedido por uma pausa humanitária, reforçado pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken. Em coletiva em Tel Aviv nesta sexta-feira (3), ele defendeu a proteção dos civis no território palestino, que vem sendo bombardeado incessantemente pelo Exército de Israel desde o início da guerra, em 7 de outubro.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resistiu à pressão dos Estados Unidos para proteger os civis e permitir mais ajuda, insistindo em que não haveria uma pausa temporária até que todos os reféns fossem libertados — que somam 242, segundo o último balanço. Até o momento, apenas quatro reféns foram soltas, duas americanas e duas israelenses.

Analistas repudiaram veementemente o bombardeio israelense ao comboio de ambulâncias, e muitos consideraram o ataque um crime de guerra por parte de Israel. Autoridades da comunidade internacional também se manifestaram. O líder da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, afirmou estar "completamente horrorizado" com o ataque. Em publicação no X (antigo Twitter), ele acrescentou que "pacientes, profissionais de saúde e ambulâncias devem ser protegidos em todos os momentos".

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Os apelos internacionais para um cessar-fogo em Gaza se tornam cada vez mais ruidosos à medida que aumenta a escalada da destruição e do sofrimento humanitário que afeta a população do território palestino. Blinken, porém, não defende um cessar-fogo — a paralisação temporária das hostilidades entre Israel e Hamas —, mas sim pequenas pausas em áreas específicas para permitir a entrega de ajuda ou outras atividades humanitárias.

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Um cessar-fogo, tal como outros processos de paz, só funciona quando ambos os lados do conflito estão dispostos a aceitar um acordo que decreta a interrupção temporária das hostilidades. Em Gaza, isso parece improvável, uma vez que tanto Israel quanto o Hamas acreditam que têm mais a ganhar com a continuação dos combates.

Outros conflitos no mundo mostram que o cessar-fogo é difícil de ser alcançado em muitos casos. Na Síria, em 2015 e 2016, e no Sudão, neste ano, tentativas do tipo falharam miseravelmente. Na Etiópia, um acordo de paz com o Tigré só foi alcançado depois de os dois lados terem lutado entre si até o impasse, ao custo de milhares de vidas.

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Crise humanitária em Gaza

Gaza enfrenta não só bombardeios israelenses contínuos desde o início da guerra como também a carência de produtos básicos, como água, comida, medicamentos, energia elétrica e combustível. No último dia 9 de outubro, Israel decretou um cerco total ao território palestino, na tentativa de fazer pressão pela devolução dos reféns.

Centenas de caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza pela passagem fronteiriça de Rafah nas últimas semanas. Apesar disso, Israel impediu a entrega de combustível no território palestino, dizendo que isso poderia beneficiar o Hamas. A escassez de combustível já levou ao fechamento de vários hospitais, entre eles a única unidade oncológica do território palestino.

Na falta de medicamentos, os poucos hospitais que ainda funcionam estão realizando procedimentos sem anestesia. No Al-Shifa, bombardeado por Israel nesta sexta-feira (3), os profissionais descreveram as condições de trabalho como "catastróficas".

A falta de combustível também coloca em risco a vida de pelo menos 120 bebês prematuros que estão em incubadoras. Assim que os geradores pararem, os recém-nascidos poderão morrer em questão de poucos minutos.

Ainda nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde do Hamas informou que 9.227 pessoas, incluindo 3.826 crianças, morreram em Gaza desde o início da guerra com Israel. Os bombardeios também deixaram pelo menos 32 mil feridos, segundo a mesma fonte. A veracidade das informações não pôde ser conferida de forma independente.

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