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Ataque da Rússia à Ucrânia gera mudança na configuração mundial, segundo especialista

Diante da ação militar, Otan reforçará presença de tropas em flanco oriental e EUA vai impor novas sanções aos russos 

Internacional|Letícia Sepúlveda, do R7

Soldados do Exército ucraniano são vistos em um veículo blindado, no leste da Ucrânia
Soldados do Exército ucraniano são vistos em um veículo blindado, no leste da Ucrânia

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia tomou dimensões irreversíveis nesta quinta-feira (24). Após o anúncio do presidente russo, Vladimir Putin, de uma operação militar contra o país vizinho, fortes explosões foram ouvidas no centro de Kiev, capital ucraniana. Além disso, em Mariupol, cidade portuária, e em Kramatorsk, ataques também ocorreram.

A ofensiva russa aconteceu após Putinreconhecer a independência de Donetsk e Lugansk, dois territórios separatistas no leste ucraniano. Ele ainda enviou tropas para “manter a paz” na região. O líder jogou com o direito internacional após não conseguir a garantia de que a Ucrânia nunca fará parte da Otan.

Nesta quinta-feira, ucranianos aterrorizados tentam deixar o país às pressas, enquanto o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov,pediu a ajuda de qualquer pessoa que seja capaz de empunhar uma arma.

Para Igor Lucena, doutor em relações internacionais pela Universidade de Lisboa e membro do Royal Institute of International Affairs, a partir de hoje veremos uma mudança na configuração mundial.


“A confirmação de seis aviões russos abatidos e ataques em Kiev mostram que o discurso de Putin sobre a ‘defesa dos povos russos’ nos territórios separatistas era um faz de conta. Com isso, ele mostra o peso russo para qualquer aproximação da Otan em países do Leste Europeu.”

“Estamos vendo pela primeira vez duas nações em combate na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial. É a primeira grande guerra do século 21. Isso resulta em sanções seriíssimas para a Rússia, não me surpreenderia se o país fosse cortado do sistema econômico e financeiro internacional”, conclui.


Rússia invade cidades ucranianas em ofensiva militar; veja imagens

Diante da ameaça militar russa, aOtan reforçará ainda mais a presença de tropas em seu flanco oriental, segundo o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden declarou que "o mundo fará com que a Rússia preste contas" pelo ataque ao país vizinho. O democrata vai discursar ainda nesta quinta-feira ao povo americano para dar um panorama das novas sanções que devem ser aplicadas à Rússia. Biden ainda afirmou que os Estados Unidos seguem dando apoio e assistência à Ucrânia e a seu povo.


“Hoje, a Rússia cruzou não só uma linha complexa do ponto de vista de relações com o Ocidente, mas reacendeu o medo de diversas nações em relação à defesa de suas fronteiras e de suas populações”, ressalta Lucena.

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Consequências econômicas para o Brasil e para o resto do mundo

O preço do barril de petróleo ultrapassou os US$ 100, chegando a US$ 100,04, pela primeira vez em mais de sete anos depois que o ataque à Ucrânia foi anunciado por Putin.

O aumento do preço do petróleo gera impactos inflacionários em todo o planeta e, dessa forma, os bancos centrais vão subir as taxas de juros.

O especialista Igor Lucena diz que o Brasil não sairá ileso do atual contexto: “Se nós tínhamos uma expectativa de controle inflacionário até o fim do ano, ela vai cair por terra”.

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