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Ataques russos com munições de fragmento deixam quase 700 civis mortos ou feridos na Ucrânia

Segundo aponta relatório da Human Rights Watch, submunições que não explodem acabam se tornando um tipo de mina terrestre

Internacional|Letícia Sepúlveda, do R7

Pedaço de munição cluster encontrado na Ucrânia
Pedaço de munição cluster encontrado na Ucrânia

Conforme relato da organização não governamental Human Rights Watch, 689 civis morreram ou ficaram feridos na Ucrânia, entre fevereiro e julho de 2022, devido a ataques russos com munições cluster (de fragmentação). A constatação foi publicada na última quinta-feira (25) no relatório global de 100 páginas do Monitor de Munições Cluster 2022. 

As munições cluster espalham dezenas de fragmentos no ar após terem sido disparadas. As submunições que não explodem acabam se tornando um tipo de mina terrestre. Mesmo depois de anos, a munição permanece ativa e ainda pode matar pessoas em contato acidental. 

O relatório defende a ideia de que a Rússia e a Ucrânia devem aderir ao tratado internacional de 2008 que proíbe o uso desse armamento. O documento foi ratificado por 110 países, enquanto outros 13 estão no processo inicial de assinatura.

De acordo com o levantamento, "centenas de ataques russos com munições cluster foram documentados ou relatados em pelo menos 10 das 24 regiões ucranianas. (...) As forças ucranianas também parecem ter usado o armamento em pelo menos duas ocasiões".


"Em 2021, pela primeira vez em uma década, não foram registradas novas vítimas de ataques com munições do tipo. Mas fragmentos remanescentes deixaram 147 mortos em oito países, sendo que dois terços desse total são crianças", completa o relatório. O texto ainda revela que a guerra na Ucrânia é a grande responsável pelo aumento no número de vítimas.

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Além dos fragmentos encontrados na Ucrânia, a China e o Irã estão pesquisando e desenvolvendo novos tipos de munições cluster. Em 2016, os Estados Unidos fabricaram o armamento pela primeira vez. 

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