Atropelador de Charlottesville recebe segunda prisão perpétua
James Fields Jr foi condenado por um tribunal federal nesta sexta (28), por 29 crimes de ódio; ele já havia recebido uma sentença semelhante em dezembro
Internacional|Da EFE
Um juiz federal dos Estados Unidos condenou nesta sexta-feira (28) à prisão perpétua o neonazista que jogou seu carro contra uma multidão durante os protestos de 2017 na cidade de Charlottesville (Virgínia), causando a morte de uma mulher e deixando dezenas de feridos.
James Alex Fields Jr., de 22 anos e nascido em Ohio, já tinha se declarado culpado em março dos 29 crimes de ódio pelos quais era acusado, incluindo o assassinato da jovem Heather Heyer, que morreu após ser atropelada pelo acusado.
Ele já havia sido condenado pelo assassinato de Heather em dezembro, por um tribunal da Virgínia e recebido a prisão perpétua.
Antes de receber a sentença, Fields Jr. pediu desculpas pelo incidente, segundo meios de comunicação locais.
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O acusado compareceu vestido com um traje de presidiário e com os punhos algemados em uma das salas da corte do distrito oeste da Virgínia, em Charlottesville.
Durante o julgamento, os advogados de Fields Jr. pediram ao juiz que tivesse compaixão do acusado, já que teve problemas mentais desde criança, e asseguraram que não jogou seu carro intencionalmente contra a multidão que protestava pacificamente contra uma passeata neonazista.
Diante disso, a promotoria descreveu o réu como um racista que não guarda "nenhum remorso" pelo seu crime e pelas sequelas psicológicas e físicas das suas vítimas.
No seu documento de acusação, a promotoria considerou que os "crimes do acusado são tão horrendos e os ataques aos inocentes foram tão graves" que qualquer fator atenuante - como a incapacidade mental do acusado - não devia ser levado em conta para impedir a imposição da sentença máxima.
Fields Jr. esteve em Charlottesville nos dias 11 e 12 agosto de 2017 para participar de uma passeata chamada "Unir a direita".
Então, um grupo de neonazistas se manifestou pelas ruas de Charlottesville com tochas e entoando palavras de ordem xenófobas com o objetivo de protestar pela retirada de uma estátua de Robert E. Lee, general escravista da confederação durante a guerra civil dos EUA.
Esse protesto foi respondido com uma manifestação antifascista que pedia aos neonazistas que fossem embora de Charlottesville.
Foi nesse momento que Fields pegou seu veículo e atropelou a multidão dos manifestantes, como mostram vídeos e fotografias que captaram o momento.
Nesse contexto, o presidente dos EUA, Donald Trump, provocou uma grande polêmica ao responsabilizar pela violência tanto os grupos neonazistas como os manifestantes de esquerda e, além disso, chegou a considerar que havia gente "muito boa" entre os supremacistas.
Durante os incidentes, também morreram dois policiais em um acidente de helicóptero enquanto tentavam sufocar os protestos.