Áustria caminha para ter primeiro governo de direita desde a Segunda Guerra
Crise política no país provocou a renúncia do atual chanceler e agora dá oportunidade da direita formar novo governo
Internacional|Do R7
O presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, convidou Herbert Kickl, líder do Partido da Liberdade, para iniciar as negociações para formar um novo governo. Essa será a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que a Áustria terá um governo liderado pela direita.
O Partido da Liberdade de Kickl venceu as eleições de setembro de 2024 com 28,8% dos votos, superando o Partido Popular Austríaco, do chanceler Karl Nehammer, que ficou em segundo lugar.
A decisão de Van der Bellen veio após Nehammer anunciar sua renúncia ao cargo e após uma tentativa frustrada de formar um governo de coalizão entre os partidos Popular e Social-Democrata, sem a direita. A proposta não avançou.
“Como vimos neste fim de semana, o Partido Popular abandonou sua oposição categoricamente declarada a uma coalizão sob a liderança de Herbert Kickl. Convoquei-o [Kickl] para iniciar as conversas sobre a formação do governo. Não tomei essa decisão de forma leviana. Continuarei garantindo que os princípios e as regras de nossa constituição sejam devidamente observados e respeitados”, afirmou Van der Bellen.
O presidente ainda destacou que confiou a tarefa a Kickl por acreditar que ele possui a confiança necessária para encontrar soluções viáveis durante as negociações de governo.
O que aconteceu?
No sábado, 4, o chanceler austríaco Karl Nehammer anunciou sua renúncia ao cargo em meio a uma crise política no país. O político afirmou que deixará o poder nas próximas semanas, garantindo uma transição suave.
“Renunciarei ao cargo de chanceler e à liderança do Partido Popular (conservador) nos próximos dias e facilitarei uma transição ordenada”, disse Nehammer em vídeo publicado na rede social X, após fracassadas negociações de coalizão com os Social-Democratas.
As negociações para a formação do novo governo austríaco começaram em outubro de 2024, quando o presidente deu a missão ao chanceler de reformular a administração. A iniciativa surgiu após todos os outros partidos se recusarem a trabalhar com o líder do Partido da Liberdade, que, em setembro, venceu as eleições nacionais pela primeira vez na história do país, com 29,2% dos votos.