Marlene Engelhorn desmentiu notícia de que doaria herança de R$ 22 bilhões
Reprodução Youtube/MOMENT MagazinA jovem austríaca Marlene Engelhorn, de 29 anos, viralizou nas redes sociais após anunciar que iria abrir mão de uma fortuna de R$ 22 bilhões, acumulada por sua família ao longo de quase 200 anos. A informação, porém, foi negada pela herdeira, que diz ter sido vítima de uma fake news.
Marlene, que é uma das descendentes de Friedrich Engelhorn, fundador da multinacional química Basf, conta que viu sua foto nas manchetes de jornais espanhóis e italianos e não entendeu o motivo. Ela recorreu ao Google Tradutor para descobrir por que o nome dela estava ganhando tanta atenção no sul da Europa.
Ao ler frases como "Ela tem 29 anos e se recusa a receber uma herança de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões), por quê?" e "A jovem que renuncia uma herança de mais de US$ 4 bilhões porque não quer ser tão rica", ela entendeu o que estava acontecendo.
Em uma videochamada com o jornal catalão ARA, ela negou a veracidade das afirmações sobre ela: "Vou herdar uma soma de dois dígitos em milhões de euros e não a rejeito. Quero poder redistribuir pelo menos 90% disso, idealmente por meio de impostos. Caso contrário, vou procurar o meu próprio caminho".
Como outras herdeiras de famílias renomadas, ela viveu uma infância tranquila e típica de uma menina rica. "Cresci em uma grande mansão e estudei em escola particular", diz. A visão que tinha do mundo, ela relata, era a mesma de um cavalo que foi equipado com arreios para não se distrair e apenas olhar para a frente. "O privilégio funciona da mesma maneira: você não vê quanto tem", completa.
Foi na universidade, onde ingressou para estudar língua e literatura alemãs porque adorava ler, que teve a primeira virada de pensamento, ao perceber que a abundância em que havia nascido não era habitual.
Mas o momento mais decisivo foi o dia em que a família lhe explicou que, quando chegasse a hora, ela seria herdeira de sua avó, Traudl Engelhorn, que com a família aparece na posição de número 687 na lista da Forbes, com fortuna de US$ 4,2 milhões. "Eu sabia que ela era rica, mas depois fiquei com raiva e não entendi o porquê. Eu queria falar sobre o assunto e ao mesmo tempo me escondia dele. Eu não queria aquele dinheiro, não me parecia justo", lembra Marlene.
No ano passado, porém, ela transformou essa raiva contra sua própria classe social em ativismo. Em fevereiro de 2021, ela enviou uma carta aberta junto com outras pessoas incomodadas com a baixa tributação dos “ricos demais”. Dessa iniciativa surgiu o Taxmenow, um movimento que pede maior tributação de milionários e bilionários para redistribuir a riqueza de forma mais justa.
Um dos projetos em que participou é, precisamente, a Resource Generation, uma organização que tem como alvo jovens entre 18 e 35 anos que mais cedo ou mais tarde herdarão fortunas, para conversar com eles sobre redistribuição de riqueza. "Os ricos tendem a justificar que já têm fundações beneficentes, mas quem deve pagar são os Estados. Não devemos esperar que um rico venha fazer uma doação; isso não pode substituir os gastos públicos ou uma redistribuição verdadeiramente democrática”, finaliza.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques
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