O Governo do México anunciou na segunda-feira (15) um novo plano para salvar os dez mineradores presos na mina Sabinas, no estado de Coahuila, no norte do país, após uma enchente que complicou o resgate programado para o último fim de semana. Depois de reduzir os níveis de água da mina de carvão Pinabete, que foi inundada após a queda de um muro na vizinha mina abandonada Conchas Norte, a equipe de socorro se preparava para entrar ontem, mas ocorreu uma nova inundação, explicou Laura Velázquez, coordenadora nacional da Proteção Civil. O novo plano, de acordo com ela, prevê continuar com o bombeamento permanente de água, identificar áreas com cavidades ou espaços vazios, perfurar 20 furos de seis polegadas a 60 metros de profundidade na mina abandonada Conchas Norte e injetar cimento para criar uma barreira que impeça a passagem de água entre as minas. “Às 4 da manhã tínhamos 1 metro e 30 centímetros de nível de água e estávamos nos preparando para entrar pelo poço 2, mas esta entrada repentina interrompeu todo o plano que estava em vigor e tivemos que iniciar outro plano”, disse a coordenadora durante entrevista coletiva. O governo tinha anunciado na última sexta-feira que já existiam condições de entrar para resgatar os mineradores, presos desde o dia 3. Mas o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, reconheceu hoje as complicações da mina Conchas Norte, abandonada desde 1996. "Estávamos indo bem, mas, infelizmente, a mina desmoronou ainda mais, especialmente um buraco de água na mina vizinha abandonada, que é a que mais acumula água, e, quando estávamos drenando a água da mina de carvão onde os dez mineradores estão presos novamente, os volumes de água voltaram a aumentar", comentou. O governo, que enviou mais de 600 agentes das Forças Armadas e outros funcionários públicos para o local, bombeou mais de 249 mil metros cúbicos de água para entrar e tentar resgatar os mineradores presos na mina Pinabete, mas descobriu que a mina abandonada Conchas Norte tem uma acumulação 1,9 milhão de metros cúbicos de água. "Dei instruções para reforçar todo o plano de resgate. Eles estão bombeando cerca de 290 litros por segundo, vamos aumentar o bombeamento e os engenheiros de minas estão fazendo uma proposta para construir uma espécie de barreira de uma mina a outra", disse López Obrador. O desabamento reacendeu a polêmica no México sobre as ações das mineradoras na região do carvão, onde foram registradas mais de 100 mortes de pessoas dedicadas à mineração, segundo a organização Família Pasta de Conchos, que reúne parentes dos mortos em 2006 no colapso da mina com o mesmo nome.