Azerbaijão e Armênia intensificam conflito armado na fronteira
Armênia violou o cessar-fogo de 1994 e lançou provocações em larga escala, com bombardeios intensivos às posições do exército rival
Internacional|Da EFE
As Forças Armadas do Azerbaijão e da Armênia intensificaram neste domingo (27) um conflito armado na linha de contato na zona de conflito entre Nagorno e Karabakh, depois que Baku lançou uma contraofensiva ao alegar ter registrado ataques do Exército Armênio a suas posições e a civis.
De acordo com o Ministério da Defesa do Azerbaijão, a Armênia violou o cessar-fogo de 1994 e lançou no início deste domingo provocações em larga escala, com bombardeios intensivos às posições do exército do Azerbaijão ao longo de toda a frente e contra os acordos na área de conflito.
Já segundo a versão de Baku, o vizinho usou armas de grande calibre, morteiros e artilharia no ataque. Com o bombardeio, houve mortes e ferimentos entre a população civil, bem como danos graves à infraestrutura civil.
Hikmet Hajiyev, conselheiro do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, e chefe do departamento de política internacional da presidência do Azerbaijão, declarou à Agência Efe que as forças armadas estão tomando as medidas contraofensivas necessárias para evitar novas agressões militares por parte da Armênia e para garantir a segurança da população.
As forças azerbaijanas, apoiadas por tanques, mísseis e artilharia, aviação e drones, destruíram 12 sistemas de mísseis antiaéreos armênios, de acordo com Baku.
O Azerbaijão admitiu a derrubada de um helicóptero de combate pela Armênia, enquanto Ierevan alegou que suas forças destruíram dois helicópteros azerbaijanos, três tanques e três drones.
Em uma mensagem no Twitter, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, denunciou a ofensiva do Azerbaijão com ataques aéreos e de mísseis contra o Artsaj - o nome armênio para a zona entre Nagorno e Karabakh - e garantiu que o exército fará tudo para se proteger.
O porta-voz do Ministério da Defesa armênio, Shushan Stepanian, descreveu a ação militar do Azerbaijão como planejada, dizendo em sua conta no Facebook que qualquer militar com conhecimentos básicos sabe que planejar uma contraofensiva leva semanas.
Em julho passado, a tensão na fronteira entre o Azerbaijão e a Armênia aumentou significativamente. O conflito remonta aos tempos de União Soviética. No final dos anos 80, o território azerbaijano de Nagorny Karabakh, povoado principalmente por armênios, pediu para ser incorporado à vizinha, o que culminou com uma guerra que causou cerca de 25 mil mortes.
No final dos combates, as forças armênias assumiram o controle da região e também ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, que chamaram de "faixa de segurança", a fim de uni-la à Armênia.
O Azerbaijão alega que a solução do conflito envolve necessariamente a liberação dos territórios ocupados, uma demanda que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Armênia, por sua vez, apoia o direito à autodeterminação de Nagorno e Karabakh e defende a participação dos representantes do território separatista nas negociações para a solução do conflito.