Bachelet defende cessar-fogo na região de Nagorno-Karabakh
Alta comissária considerou 'profundamente preocupante' que ataques tenham devastado áreas civis no entorno do conflito e matado 53 pessoas
Internacional|Da EFE
Michelle Bachelet, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pediu nesta sexta-feira (9) que seja declarado urgentemente um cessar-fogo no conflito do enclave separatista de Nagorno-Karabakh, entre Azerbaijão e Armênia, no dia em que a Rússia realizou reunião entre as partes.
A ex-presidente do Chile considerou "profundamente preocupante" que, nos últimos dias, áreas civis tenham sido bombardeadas com artilharia pesada na zona de confronto e nos arredores, ataques que podem ter levado a morte de 53 pessoas, entre elas crianças, segundo informes não confirmados da ONU.
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Bachelet lembrou que as partes no conflito devem respeitar as leis humanitárias de proteção dos civis, após dados de que casas, escolas e outras estruturas militares foram destruídas durante as hostilidades, iniciadas no fim de setembro.
A alta comissária da ONU também denunciou o uso de bombas de fragmentação em alguns ataques, o que é proibido pelas convenções internacionais.
Pouco antes da manifestação de Bachelet, foi realizada reunião convocada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, com os ministros das Relações Exteriores do Azerbaijão, ministro das Relações Exteriores, Zohrab Mnatsakanyan, e da Armênia, Zohrab Mnatsakanyan, que aconteceu em Moscou.
O chefe de governo se manifestaria em defesa de um cessar-fogo por razões humanitárias, "a fim de trocar os corpos dos mortos e trocar prisioneiros", indicou o Kremlin, em comunicado.
Tensão da era soviética
As hostilidades remontam aos tempos da União Soviética, quando liderança da região, que está no território do Azerbaijão, pediu incorporação à Armênia, de onde provém a maioria da população.
O conflito durou até 1994, quando forças armênias tomaram o controle de Nagorno Karabakh e outras regiões do país vizinho, criando uma chamada faixa de segurança.
O Azerbaijão sustenta que a solução para a região passa, necessariamente, pela liberação dos territórios ocupados, demanda que foi respaldada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
A Armênia, por sua vez, apoia o direito da autodeterminação de Nagorno Karabakh e defende a participação de lideranças do enclave separatista nas negociações sobre o fim do conflito.